Em FocoÚltimas Matérias

Epilepsia e crises de ausência, atenção aos sinais

Ambas as condições são muito comuns em crianças e em adolescentes

Foto: Divulgação

A epilepsia pode se manifestar de várias formas, sendo as crises de ausência são uma delas. Essas crises são generalizadas, ou seja, afetam todo o cérebro e ocorrem com maior frequência em crianças e adolescentes. Durante uma crise, há uma perda súbita e temporária da consciência, acompanhada de um olhar vazio e, muitas vezes, de movimentos repetitivos, como piscar os olhos ou estalar os lábios. Essas ausências costumam durar entre 10 e 30 segundos, e a pessoa parece desconectada do que acontece ao seu redor. Algumas vezes, podem ocorrer pequenas contrações nos músculos do rosto ou movimentos leves das mãos e da cabeça.

Na infância, essas crises podem se repetir várias vezes ao dia, prejudicando atividades importantes, como as tarefas escolares. Após a crise, a criança volta ao normal, sem perceber o que aconteceu. Se diagnosticadas e tratadas corretamente, as crises de ausência têm grande chance de desaparecer na adolescência. É fundamental que os educadores estejam atentos aos sinais em sala de aula. A seguir, algumas dicas importantes para pais/responsáveis conversarem com os pequeninos:

• use uma linguagem simples e positiva, cheia de otimismo!

• incentive seu filho (a) a falar sobre seus sentimentos e ouça com atenção

• explique usando histórias e materiais visuais 

• mantenha informações importantes sempre à mão

• nunca esqueça de conversar sobre a importância da medicação

No ambiente escolar:

• converse com a coordenação e os educadores da escola sobre primeiros socorros em crises epilépticas e dicas para combater o bullying e a desinformação sobre a doença.

A prevalência da epilepsia e a eficácia do tratamento – Epilepsia não é uma doença rara. Aproximadamente 65 milhões de pessoas têm epilepsia no mundo e a prevalência é maior do que o transtorno do espectro autista, paralisia cerebral, esclerose múltipla e Parkinson, combinados. A Liga Brasileira de Epilepsia alerta que a doença é uma condição altamente tratável. Aproximadamente 70% das pessoas com epilepsia poderiam viver livre de crises se tivessem diagnóstico correto e acesso aos tratamentos anticrises adequados.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a epilepsia afeta pessoas de todas as idades, desde bebês recém-nascidos até idosos. Cerca de 80% delas vivem em países de média e baixa renda. Infelizmente, nesses países, o acesso limitado a serviços de saúde e aos fármacos anticrises deixa uma grande proporção de pessoas sem tratamento, vulneráveis a acidentes, preconceito, estigma e mortalidade prematura.

Conforme explica a presidente da Liga Brasileira de Epilepsia, Letícia Pereira de Brito Sampaio, “o tratamento medicamentoso é a abordagem inicial mais comum para o controle da epilepsia. Ele consiste no uso de medicamentos anticonvulsivantes, que ajudam a reduzir ou eliminar as crises ao estabilizar a atividade elétrica cerebral. A escolha do medicamento depende do tipo de epilepsia e das características do paciente. O ajuste das doses é feito com acompanhamento médico regular para minimizar efeitos colaterais e garantir eficácia. A maioria deles são distribuídos pelo SUS”.

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo