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Férias escolares-como adaptar a rotina das crianças: descubra quantas horas por dia os pequenos devem dormir e como fazer funcionar fora de casa

Crédito foto: Adriana Rios

As férias escolares estão chegando, época em que os pais se preocupam em gerar entretenimento e, ao mesmo tempo, preservar a rotina das crianças, afinal muitas famílias viajam e os horários de sono precisam ser alterados. O desafio é estabelecer limites entre atividades divertidas, hábitos saudáveis, alimentação equilibrada e, por outro lado, permitir que as crianças descansem, relaxem e desfrutem dos momentos em família.

Um estudo da Academia Americana de Medicina do Sono (AASM) fornece algumas diretrizes úteis sobre o total de horas de sono e cochilos das crianças, em diferentes estágios de seu desenvolvimento. Os bebês, por exemplo, entre quatro e 12 meses, precisam dormir entre 12 e 16 horas por dia; entre um e dois anos, a média é de 11 a 14 horas por dia, enquanto que dos três aos cinco, é recomendável 10 a 13 horas de sono, e, finalmente, crianças de seis a 12 anos, de nove a 12 horas por dia.

A preocupação com o sono dos pequenos tem fundamento. De acordo com a AASM, a privação regular do sono leva à irritabilidade, dificuldade de concentração, obesidade, dores de cabeça e depressão. Por outro lado, crianças que dormem o suficiente têm um sistema imunológico mais saudável e melhor desempenho escolar, comportamento, memória e saúde mental.

A rotina de sono de Luli, de dois anos, faz parte da programação de viagem da influencer Ana Luiza Barbosa Mori, de 34 anos. Quando a pequena nasceu, a família que sempre amou passear, decidiu incluí-la nos roteiros. “Eu tento manter a rotina de casa, retirando apenas os cochilos diurnos. Até hoje, deu tudo certo”, comemora.

No entanto, nem sempre é possível evitar os imprevistos. Ana lembra de um voo para a Argentina, em que a pequena não conseguia dormir e ficou estressada no avião. “Ela não parava de chorar e como ainda mamava, ofereci peito, fiz tudo que podia, sem sucesso. Luli tirou o lenço de uma muçulmana e quando chegou a refeição, jogou a bandeja para o alto”, lembra a mãe. Depois de muito trabalho, conseguimos acalmar nossa bebê até chegar ao destino.

Situações como essas são comuns, explica a neurocientista, especialista em medicina do sono infantil e comportamento, Jéssica Africano. “Os pequenos se adaptam a novos ambientes muito rápido. Porém, se a criança fica ansiosa e dorme menos que o necessário, acordará muito cansada e o comportamento ao longo do dia será de birra e insatisfação”. Nesse caso, é bom reduzir o ritmo, orienta, lembrando ainda que as férias são para relaxar, mas quando há crianças precisa haver equilíbrio, senão o momento prazeroso em família se transforma em estresse para todos.

Se o bebê de um ano precisa de duas sonecas por dia, “sugiro que seja uma no carrinho e outra no hotel. Dessa maneira consegue descansar melhor e aguentar bem até o final do dia”, explica a especialista. Por outro lado, acrescenta, “quem não faz mais sonecas, pode adotar um descanso após o almoço para evitar sono no começo da noite. Entendendo a necessidade da criança, os pais conseguem fazer ajustes entre a rotina e o passeio”.

Nesse sentido, a dica da neurocientista é não extrapolar o limite que a criança aguenta. Dormir uma hora mais tarde não é o fim do mundo, mas pular sonecas ou dormir muito tarde pode desequilibrar o organismo da criança e causar muito estresse. “Programe, assim, a viagem e conheça bem o local para saber o que esperar”, alerta.

Outra situação comum é a criança receber convites para passar a noite na casa de amigos ou parentes. Neste caso, a especialista orienta providenciar tudo o que a criança usa para dormir: travesseiro, naninha, até mesmo o lençol. “Os pequenos são sensíveis aos estímulos sensoriais e podem reclamar bastante”, destaca.

A especialista alerta também para o uso excessivo de dispositivos eletrônicos durante o recesso escolar. “As telas fazem parte do dia a dia, mas use em emergências, pois tem um impacto significativo na interação e conexão dos membros da família. É muito triste ver pais e filhos em uma mesa, onde ninguém olha para ninguém, cada um em seu mundo virtual. Os momentos de férias deixam memórias para a vida toda”, destaca Jéssica.

Viajar é revigorante para toda a família, principalmente para as crianças. Por isso, os pais precisam envolver os filhos na criação da nova rotina para que eles entendam como será a dinâmica familiar nesse período. Contar sobre a viagem, explicar as regras e acordos, são algumas das ações que ajudam na compreensão do novo cenário, segundo Jéssica. Assim, as crianças entenderão que mesmo de férias, os limites existem. “Não esqueça que aproveitar o tempo em família é a melhor maneira de descansar, relaxar e se divertir”, conclui a médica.

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