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Fertilidade e gestação após os 35 é possível, o que esperar?

Dra. Larissa Cassiano: ”não devemos ficar presos na ideia de que tem que se engravidar até aos 35 anos”

Ainda hoje há muitas dúvidas sobre qual a idade exata em que a mulher deixa de ser fértil e até quando ela pode engravidar, mas não há idade exata, uma vez que a fertilidade diminui gradualmente, tanto na mulher quanto no homem. Um estilo de vida saudável, com uma alimentação equilibrada, prática de atividades físicas e a ausência de vícios e maus hábitos aumentam as possibilidades de gravidez.

De acordo com a Dra. Larissa Cassiano, de São Paulo/SP, ginecologista e obstetra, especialista em gravidez de alto risco e parto humanizado, “não devemos ficar presos na ideia de que tem que se engravidar até aos 35 anos, porque depois disso não se consegue mais e a mulher estará fadada a uma gestação de risco. Infelizmente, essa ainda é uma ideia comum entre as mulheres”. Hoje sabemos que até os fatores emocionais, o estresse, os problemas do dia a dia podem impactar negativamente na taxa de fertilidade, afetando mulheres e homens. Estima-se que 85% das mulheres, com menos de 30 anos, conseguem engravidar durante um período de um ano de tentativas. O tempo reduz para seis meses para mulheres acima dos 35 anos.

Mas como acontece essa perda? A Dra. Larissa explica que “é como se a mulher tivesse nascido com uma cestinha e guarda nela seus óvulos. Porém, essa cestinha é vazada, cheia de furinhos. Então, com o passar do tempo, esses óvulos acabam caindo pelo caminho. Em algum momento essa perda será mais significativa, inclusive de óvulos com uma qualidade muito boa. Mas não tem uma regra exata que vai dizer qual idade isso vai acontecer. Para algumas pessoas será aos 35, 36 ou 38, ou até mais. Para outras, pode acontecer antes. O importante é entender que isso não tem reposição, não há remédio e nem tratamento que vá conseguir repor os óvulos que foram perdidos”.

Ela informa, ainda, que, “hoje, temos técnicas avançadas que permitem uma gravidez programada, preservando e estendendo a fertilidade para um momento mais adequado. Principalmente nesta era em que nós mulheres, estamos prolongando nossos estudos, dando prioridade as nossas carreiras e, portanto, formando famílias mais tarde, do que era de costume”. Assim, se você faz parte deste grupo, pode ficar tranquila, garante a médica.

Planejamento – A área de Reprodução Assistida evoluiu muito nos últimos tempos. Para programar uma gestação, ressalta a Dra. Larissa, existe uma técnica ideal para aqueles que desejem ter filhos no futuro, tendo como alternativa a conservação dos óvulos através do congelamento. É a mais recente e tem apresentado bons resultados. Após a coleta do maior número de óvulos possível, aqueles que são maduros serão congelados para serem usados no momento mais adequado. Para tal método não é necessário que o parceiro esteja presente. ”

Conforme ela observa, “cada uma de nós, mulheres, nascemos com uma quantidade única de óvulos, que é para a vida toda. Nesse sentido, é interessante que você pense na maternidade e nessa questão gestacional, se ela está relacionada com o seu desejo de vivenciar a maternidade ou não. Mas se desejar vivenciar a maternidade no futuro, vale a pena pensar no congelamento ou pensar na maternidade um pouco antes. O importante é ter em mente que a quantidade de óvulos que você tem na vida é única e não tem como repor depois que você perde”, finaliza.

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