Histórias de superação marcam evento em homenagem aos 500 transplantes de fígado na Santa Casa de São José dos Campos
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Lino Francisco Faccina, primeiro paciente transplantado na Santa Casa de São José dos Campos
Emoção e reconhecimento foram os destaques de uma noite histórica para a Santa Casa de São José dos Campos/SP. Em um evento realizado na Faculdade Humanitas, na última quarta-feira (12/02), médicos responsáveis pelo Serviço de Transplante Hepático compartilharam desafios e superações que permitiram que a instituição alcançasse a marca de 500 transplantes de fígado, destacando o impacto desse serviço na região do Vale do Paraíba.
O evento, que teve como objetivo principal celebrar a trajetória e a dedicaçãSanta Casa o da equipe responsável pelos transplantes de fígado, foi marcado por relatos emocionantes sobre os obstáculos enfrentados para implantar e consolidar esse serviço de alta complexidade na Santa Casa. Em seus discursos, os médicos presentes relembraram os momentos desafiadores, desde a captação de órgãos até a capacitação contínua da equipe, além da luta diária para garantir a qualidade do atendimento e a plena recuperação dos pacientes.
O provedor da Santa Casa de São José dos Campos, Dr. Ivã Molina, destacou a importância de cada profissional envolvido e a superação enfrentada para estabelecer o serviço de transplante hepático na região. “Este é um marco para nossa instituição, mas, também, para toda a comunidade. Foram muitos anos de dedicação, treinamento e recursos necessários para colocar a Santa Casa como referência em transplantes de fígado no Vale do Paraíba”.
O evento contou com discursos emocionados do Dr. Jorge Marcelo Padilla Mancero, coordenador do Serviço de Transplantes Hepáticos, do Dr. Itamar Coppio, responsável pela implantação do serviço na instituição, e do Prof. Dr. Luiz Augusto Carneiro D’Albuquerque, que foi fundamental para a capacitação técnica dos especialistas que atuam no Serviço de Transplantes da Santa Casa de São José dos Campos. Eles detalharam o esforço contínuo, a luta pela habilitação do serviço e o trabalho da equipe, que não mede esforços para viabilizar a captação dos órgãos dentro dos rigorosos protocolos clínicos de preservação, muitas vezes contando com a colaboração de empresários que cedem aeronaves e até voluntários, como pilotos, que se oferecem para fazer as viagens com urgência.
Dr. Danilo Stanzani Júnior, diretor técnico da Santa Casa, também destacou o esforço conjunto de todos os envolvidos e ressaltou o sucesso alcançado com uma taxa de sobrevida de 91% em 2024, acima da média nacional, que é de 75%, de acordo com estudo da ABTO (Associação Brasileira de Transplante de Órgãos). “Nossa taxa de sobrevida nos transplantes de fígado foi de impressionantes 91%, um índice que está muito acima da média nacional e, mais especificamente, da média do interior do estado, que é de 71%, e do estado de São Paulo, com 77%. Esses números não são apenas estatísticas. Eles representam vidas salvas, famílias agradecidas e uma equipe que, todos os dias, se dedica ao mais alto padrão de cuidado”, ressaltou.
Transplantados – Outro momento marcante foi a homenagem aos pacientes transplantados, com destaque para Lino Francisco Faccina, o primeiro paciente transplantado pela Santa Casa, que emocionou o público ao compartilhar sua história de superação. Antônio Catigero da Silva, 63 anos, morador de Pindamonhangaba, foi o 500º transplantado da Santa Casa, e também foi homenageado na cerimônia.
A generosidade dos doadores e a importância de sua decisão em transformar vidas também foram celebradas, com uma homenagem especial a Giovanna Bastos Rodrigues, que doou parte de seu fígado à sua mãe, Neide Aparecida Rodrigues, em um gesto de amor profundo.
O evento contou ainda com a presença de autoridades, como o secretário de Saúde de São José dos Campos, George Zenha, que parabenizou a Santa Casa pela marca histórica e destacou a importância da instituição para a saúde pública da região.