HIV x Odontologia: sinais, sintomas e tratamentos

Mesmo com todo avanço da Odontologia ainda há muito preconceito e desinformação no campo do atendimento a pacientes com HIV positivo.
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A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, como o próprio nome diz, é uma alteração oportunista causada por um vírus que ataca a defesa do organismo do portador contra outras patologias e infecções que podem ainda não terem se manifestado, ou seja, o paciente tem o seu sistema de defesas debilitado mas, aparentemente, está saudável.
No caso de um atendimento odontológico, ressalta o Dr. Mauro Macêdo/Recife/PE, membro da Academia Brasileira de Odontologia, “o paciente com HIV deve informar ao dentista a sua condição para receber os devidos cuidados especiais. Como medida inicial ao tratamento odontológico, é aconselhável solicitar um hemograma completo, contagem diferencial CD4 e CD8 e carga viral. Após esse resultado, explica, “podemos avaliar o comprometimento do sistema imunológico e decidir se podemos fazer qualquer tipo de tratamento de forma normal, inclusive cirurgias e implantes, ou se devemos adiar alguns procedimentos devido ao momento comprometido do sistema imunológico detectado pelos exames”.
Segundo ele, é quase impossível se contrair HIV no consultório odontológico. “A rotina asséptica clinica nos equipamentos e instrumentais utilizados pelo dentista passa por processos rigorosos e com comprovação científica frente a eliminação de doenças ou quaisquer possíveis agentes infecciosos presentes entre pacientes”, ressalta, explicando que a forma de transmissão mais comum é o sexo anal, vaginal, seringas compartilhadas, transfusão de sangue, amamentação materna ou instrumentos perfurocortantes, bem como o sexo oral, principalmente se a cavidade do parceiro estiver com algumas patologias que são portas abertas para microbiotas, como a periodontite.
O beijo – Muitos mitos ainda pairam na sociedade rodeando o assunto. Um deles é relacionado ao beijo. Conforme observa o Dr. Mauro Macêdo, o beijo no rosto ou na boca não transmite o HIV, mas, “dentre as possíveis manifestações intraorais dos pacientes portadores do HIV, de acordo com a fase da doença, podemos citar:
- Candidíase oral (uma das mais comuns nestes pacientes) – Pode ser o primeiro sinal da infecção nesses pacientes. Ela se caracteriza como uma pseudomembrana esbranquiçada ou amarelada.
- Queilite angular – Uma dobra no canto da boca sempre úmida
Periodontite e a gengivite ulcerativa necrosante (com odor fétido)
Herpes simples e zoster (lesões por HPV) - Leucoplasia pilosa oral (placa assintomática e branca na língua, não removível)
- Garganta inflamada
- Ulceras mucocutâneas na mucosa oral
- Aftas
Sarcoma de Kaposi – tumor vascular que pode acometer a cavidade oral (lesões duras no palato)”.




