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HVS: Crescimento pessoal e profissional dos fisioterapeutas durante a pandemia

A fisioterapeuta Clarissa de Pinho Matos, Coordenadora Assistencial da Alveolar/Grupo de Fisioterapia do Hospital Vila da Serra (HVS): “houve uma redução das internações e da gravidade dos pacientes internados”

Depois de alguns meses de angústias da população e dos profissionais de saúde que atuam intensamente nos hospitais, lidando com uma doença nova e ameaçadora como a Covid-19, tudo indica que a situação tem mudado um pouco. A doença torna-se mais conhecida, o que facilita o trabalho nas instituições hospitalares.

De acordo com a fisioterapeuta Clarissa Maria de Pinho Matos, Coordenadora Assistencial da Alveolar/Grupo de Fisioterapia do Hospital Vila da Serra (HVS), “houve uma redução das internações e da gravidade dos pacientes internados. A situação inicial era mais tensa. Não se conhecia a doença e nem como os pacientes iriam evoluir. Agora, os fisioterapeutas, por exemplo, estão mais inteirados com a patologia, sua evolução, e mais preparados para os tratamentos fisioterapêuticos”. O período foi de grande aprendizado pessoal e profissional dentro do ambiente hospitalar e na assistência pós alta, destaca.

Na opinião dela, muitas mudanças aconteceram. Entre elas, maior conhecimento da fisiopatologia e adequada abordagem do tratamento fisioterapêutico tanto na fase aguda como nas sequelas provocadas pela Covid-19, bem como da abordagem das técnicas. “Hoje, os pacientes com sintomas leves são mantidos sob tratamento em casa e aqueles com sintomas mais graves são internados. Dependendo da situação, são direcionados à UTI”, informa a fisioterapeuta, que é especialista em Fisioterapia Respiratória e Terapia Intensiva e Mestre em Ciências da Reabilitação. Mas a necessidade de acompanhamento dos pacientes após a alta também se faz necessário pelos comprometimentos adquiridos principalmente com a internação.

Com relação a especialidade, ela observa que a população percebeu a importância desse profissional dentro do ambiente hospitalar e no acompanhamento fisioterapêutico após a alta médica. A função do fisioterapeuta como profissional responsável pela funcionalidade e qualidade de vida dos pacientes críticos, inclusive daqueles contaminados pela Covid-19 foi entendida, mostrando que pacientes internados que não fazem fisioterapia, podem receber alta com maior incapacidade de realizar atividades básicas da vida diária, o que aumenta a chance de reintegração e de apresentarem um quadro de depressão, entre outras situações”.

Com relação ao crescimento pessoal, “acredito que aprendemos que temos capacidade de reinventar e que situações como essa que estamos vivendo precisa de resiliência, calma e muita união”, acrescenta Clarissa de Pinho Matos.

Sobre a flexibilização que se vê em Belo Horizonte e em várias outras cidades do país, ela pontua: “Esse é um assunto complexo, mesmo porque estamos vivendo uma deterioração da economia e da saúde mental também. Acredito que as reaberturas precisam acontecer com muita cautela e cuidados adequados. Se todos seguirem as recomendações feitas, tanto a população quanto os estabelecimentos, a vida vai voltando ao normal com mais segurança. E se acontecer um aumento de casos ou mudança na gravidade da situação, serão necessárias a implantação de novas medidas”.

A prevenção não deve ser alterada, salienta a fisioterapeuta, ou seja, “usar máscara em locais públicos, lavar as mãos adequadamente sempre que possível, álcool em gel quando não tiver como lavar as mãos, fazer a higiene pessoal e dos locais e não aglomerar”.

Segundo ela, “nesse momento o que temos que ressaltar é a importância de uma equipe multidisciplinar em pacientes críticos. A Covid é uma das enfermidades que levam a criticidade e as consequências de uma internação prolongada. O que faz um paciente crítico recuperar é a somatória das intervenções dos diversos profissionais: médicos intensivistas e outras especialidades, equipe de enfermagem, fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos, fonoaudiólogos. Em relação à Fisioterapia, temos um papel importante na recuperação global desses pacientes, tanto das afecções pulmonares e cardiovasculares como na melhoria muscular, levando a uma capacidade funcional e menor chance de complicações a longo prazo. A síndrome pós terapia intensiva gera uma recuperação prolongada, que pode permanecer por um ano”, explica.

Para Clarissa Matos, as expectativas em relação a vacina são altas. “A imunização vai gerar um conforto e alivio para todos. Entretanto, apenas estudiosos que pesquisam o assunto poderão estimar uma data para a aplicação da vacina no Brasil. Enquanto isso, temos que redobrar a atenção com a prevenção”, conclui.

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