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Implantes subperiosteais devolvem o sorriso a pacientes com perda de osso na boca

Com o avanço do escaneamento 3D, da manufatura aditiva de alta precisão e dos novos tratamentos de superfície, conseguimos criar estruturas sob medida que se encaixam perfeitamente sobre o osso, sem a necessidade de grandes enxertos, garante o doutor Ravi Menezes

Uma área da saúde que tem passado por avanços significativos nos últimos tempos é a Odontologia. Impulsionada por tecnologias digitais, inteligência artificial e materiais inovadores, a prática odontológica vem garantindo tratamentos mais precisos, personalizados e menos invasivos, com materiais inovadores e técnicas minimamente invasivas, oferecendo, assim, novas possibilidades para os pacientes.  Entre as técnicas de última geração estão os implantes subperiosteais.

Para falar sobre esse assunto, o Portal Medicina e Saúde entrevistou o cirurgião dentista Ravi Menezes, credenciado em implantes subperiosteais com a técnica Custom Life pela fábrica CPMH (Brasília-DF).

Atendendo em Vitória/ES, o Dr. Ravi Menezes atua como cirurgião-dentista e Técnico em Prótese Dentária pelo fluxo de Odontologia Digital desde 2010, com diversos cursos no Brasil e no Exterior. Foi Gerente de Laboratório na Clínica Sydney Dental Specilists em Sydney (Austrália) de 2018 até 2020. É membro Sociedade Brasileira de Odontologia Estética e, no momento, está finalizando especialização em Implantodontia no Instituto INOVI.

Inicialmente, Dr. Ravi, o que são implantes subperiosteais?  – Os implantes subperiosteais são uma solução totalmente personalizada para pacientes que perderam muito osso na boca e não conseguem receber implantes convencionais. Eles já foram utilizados no passado, mas, naquela época, a tecnologia ainda era limitada e, por isso, apresentavam mais complicações.

Hoje, o cenário é completamente diferente. Com o avanço do escaneamento 3D, da manufatura aditiva de alta precisão e dos novos tratamentos de superfície, conseguimos criar estruturas sob medida que se encaixam perfeitamente sobre o osso, sem a necessidade de grandes enxertos. Isso aumenta muito a previsibilidade e garante um alto índice de sucesso.

Na prática, funciona como uma base firme que sustenta os dentes novos, devolvendo não apenas a mastigação, mas, também, a estética e a autoestima. É uma técnica que transforma casos que antes pareciam sem solução, em sorrisos funcionais e duradouros.

Para quais pacientes esse implante se destina?Esse tipo de tratamento se destina aos pacientes que não possuem osso suficiente para a instalação de implantes, que já tentaram algum tipo de tratamento com implantes convencionais previamente e tiveram insucessos, e pacientes que não querem se submeter ao tratamento com implantes zigomáticos, que podem ser uma alternativa com muito mais complicações do que os implantes subperiosteais.

Qual a faixa predominante desses pacientes?Principalmente, pacientes mais idosos desdentados totais ou parciais, sem condições de instalação de implantes convencionais e que não querem se submeter ao tratamento de enxertia. O procedimento atende também qualquer tipo de paciente, que tenha o perfil de maxilares atróficos.

O que são maxilares atróficos e as dificuldades do paciente com essa condição? – Quando falamos em maxilares atróficos, nos referimos a uma perda severa de osso na mandíbula ou na maxila, geralmente causada por extrações dentárias antigas, uso prolongado de próteses removíveis, doenças periodontais ou até traumatismos. Com o tempo, o osso vai “sumindo” e fica muito fino e baixo.

Para o paciente, isso significa limitações sérias: dificuldade para mastigar e se alimentar adequadamente, instabilidade das próteses que machucam e causam insegurança, alterações na fala e até mudanças na estética facial — o rosto pode parecer mais envelhecido e murcho.

Além disso, a perda óssea reduz muito as opções de tratamento com implantes convencionais, tornando a reabilitação mais complexa. É justamente nesses casos que soluções modernas, como os implantes subperiosteais personalizados, oferecem uma alternativa segura e previsível para devolver função, conforto e autoestima.

Quais as vantagens do tratamento que devem ser destacadas para o paciente? – A principal vantagem é que conseguimos reabilitar pacientes que, até pouco tempo atrás, não tinham outra opção além de próteses móveis instáveis e desconfortáveis. Por ser totalmente personalizado, o implante subperiosteal se encaixa exatamente no osso existente, evitando cirurgias extensas de enxerto. E o mais importante: esse tipo de tratamento não depende da osseointegração para que a prótese seja instalada, o que significa que o paciente pode recuperar o sorriso e a mastigação em muito menos tempo, até mesmo no dia da cirurgia.

Em muitos casos, dependendo das circunstâncias e das indicações clínicas, o tratamento pode até ser custeado por planos de saúde. O tempo total é bem mais reduzido quando comparado aos procedimentos de enxertia óssea, e não há o risco de perda do enxerto — justamente porque não precisamos realizá-lo.

Além disso, trata-se de uma técnica muito mais previsível e segura quando comparada a alternativas como os implantes zigomáticos longos, que, apesar de indicados em alguns casos, podem trazer complicações severas em situações de insucesso.

Com o planejamento digital em 3D, manufatura de alta precisão e tratamentos de superfície modernos, oferecemos ao paciente um procedimento com alta taxa de sucesso, estabilidade, estética e qualidade de vida restaurada.

Quais as principais causas de maxilares atróficos? A atrofia dos maxilares acontece quando o osso da mandíbula ou da maxila sofre uma perda progressiva de volume e altura. As causas mais comuns estão ligadas à perda dentária não tratada — quando o dente é extraído ou perdido e não é substituído, o osso começa a reabsorver naturalmente. O uso prolongado de próteses removíveis, que não estimulam o osso, acelera ainda mais essa reabsorção.

Doenças como a periodontite avançada, infecções dentárias antigas, traumatismos faciais e até tumores também podem levar a essa condição. Em alguns casos, fatores sistêmicos, como osteoporose, deficiências nutricionais e alterações hormonais, contribuem para a perda óssea.

O resultado é que, com o tempo, o maxilar fica fino e baixo, dificultando a colocação de implantes convencionais e comprometendo funções básicas como mastigar, falar e manter a estética facial.

Como se faz o diagnóstico que aponta para a necessidade desse implante?O diagnóstico começa com uma avaliação clínica detalhada, onde analisamos a condição da gengiva, o espaço disponível para a prótese e a estabilidade das estruturas orais. Mas o passo decisivo é o exame de imagem — normalmente uma tomografia computadorizada 3D, que nos permite medir com precisão a altura, a largura e a qualidade do osso.

Quando identificamos que o osso está muito fino ou baixo, impossibilitando ou tornando arriscada a colocação de implantes convencionais, avaliamos a viabilidade de enxertos ósseos. Porém, em pacientes onde o enxerto traria riscos, teria baixa previsibilidade ou exigiria um tempo de tratamento muito longo, o implante subperiosteal personalizado passa a ser a melhor alternativa.

Na prática, como funciona esse tratamento? Quais as suas etapas? – O cirurgião dentista habilitado faz a identificação da necessidade desse tipo de implante. É feito o planejamento estético da prótese dentária por meios digitais ou analógicos. O profissional solicita uma tomografia com auxílio de um guia tomográfico para preservar a estética planejada previamente. Ao confirmar com o exame de tomografia a real indicação desse tipo de tratamento, o mesmo faz um pedido solicitando ao plano de saúde do paciente que faça a cobertura dos gastos hospitalares e os custos do implante. O plano de saúde geralmente demora em média 21 dias úteis para responder. Assim que a liberação pelo plano sai, a fábrica inicia o planejamento junto ao cirurgião que irá receber o projeto em aproximadamente 10 dias. Após a aprovação do desenho da peça a fabricação da mesma demora de 20 a 30 dias. Neste intervalo o cirurgião solicita um risco cirúrgico para o paciente e faz o agendamento da cirurgia no centro cirúrgico. Geralmente dependendo da condição de saúde do paciente, ele pode ser liberado com alta hospitalar no mesmo dia ou no dia seguinte.


Resumindo:

1) Consulta de avaliação;

2) Planejamento da prótese dentária avaliando a estética desejada;

3) Tomografia utilizando o guia pré-determinado pela estética planejada;

4) Solicitação do pedido médico junto ao plano de saúde;

5) Exames para risco cirúrgico;

6) Cirurgia;

7) Confecção da prótese dentária (que pode ser feita previamente à cirurgia) ou feita com calma após a cirurgia;

8) Consultas de acompanhamento;

Importante frisar que a duração do tratamento irá depender do tempo que o convênio demorar para autorizar, mas, geralmente, quando autoriza rápido, dentro dos prazos da ANS, o tratamento leva em média dois meses para ser concluído podendo ser mais rápido.

Feito o implante, quais os cuidados que o paciente passa a ter?Após a cirurgia, o paciente deve seguir um protocolo de cuidados para garantir a cicatrização e a longevidade do tratamento. Nos primeiros dias, indicamos alimentação mais pastosa, higiene bucal cuidadosa com escovas macias e antissépticos orais, além de evitar esforço físico e mastigação excessiva na região operada.

O acompanhamento profissional é fundamental. Fazemos consultas periódicas para verificar a adaptação da prótese, a saúde da gengiva e a estabilidade do implante. Assim como nos dentes naturais, a higiene diária é a chave — escovação adequada e uso de dispositivos interdentais ou irrigadores bucais ajudam a evitar inflamação e acúmulo de placa bacteriana.

Outro ponto importante é a manutenção preventiva: revisões de 6 em 6 meses, ou conforme a necessidade do caso. Com esses cuidados, o paciente pode esperar um tratamento duradouro, mantendo estética, função mastigatória e conforto por muitos anos.

Há outras observações? – Procure sempre por um profissional credenciado para fazer esse tipo de prótese.

Contatos – Com a clínica Dr. Ravi Menezes:

Fone: 55 27 99579-0244

atendimento@ravimenezes.com | www.ravimenezes.com

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