Importância do apoio masculino na menopausa

“A menopausa não é uma crise individual, é uma mudança de fase que exige presença, empatia e informação”, afirma médica
Imagem: shutterstock/ Divulgação
Novembro é o mês em que a saúde do homem ganha destaque, com campanhas de prevenção e autocuidado dominando os noticiários, os consultórios e as conversas. Mas talvez seja hora de expandir esse olhar, e lembrar que homens também envelhecem, também têm hormônios, também enfrentam transformações que impactam o corpo, a mente, a libido e os relacionamentos, e, principalmente, homens convivem com mulheres. Por isso, precisam entender o que acontece com elas na fase da menopausa.
Enquanto a mulher encara de forma abrupta o fim do ciclo reprodutivo, o homem também passa por uma espécie de transição, conhecida como andropausa. Menos falada e menos visível, essa queda progressiva de testosterona traz sintomas como cansaço, mudanças de humor, dificuldade de concentração, alterações na massa muscular e diminuição do desejo sexual. O corpo muda e a percepção de si também. Mas, ao contrário das mulheres, eles ainda não carregam o peso do julgamento, da invisibilidade e da expectativa de dar conta de tudo com um sorriso no rosto.
Conforme explica a médica e pesquisadora Fabiane Berta, de São Paulo/SP, referência no estudo da menopausa, quando o homem compreende o que a mulher está atravessando, todo o relacionamento se transforma. “A menopausa não é uma crise individual, é uma mudança de fase que exige presença, empatia e informação. É tempo de reaprender a amar, a conversar, a tocar, a respeitar os ciclos. ”
De acordo com a Dra. Berta, muitas mulheres se sentem sozinhas, incompreendidas ou até acusadas de frieza nesse período quando, na verdade, estão exaustas. “Uma mulher com insônia crônica, dores articulares, ondas de calor durante a madrugada e queda hormonal está tentando sobreviver. Se o parceiro não entende isso, o vínculo esfria, o distanciamento cresce e a relação corre risco”, destaca.
Nesse sentido, ela faz um convite direto aos homens: “participem! Sejam aliados, não apenas espectadores. Façam parte do processo com escuta, acolhimento e companheirismo. Isso significa perguntar, ler, buscar orientação médica juntos, respeitar os limites da parceira e repensar juntos o que significa intimidade e conexão nessa nova fase da vida”.
O Novembro Azul, observa, “pode deixar de ser apenas sobre exames e estatísticas para se tornar um convite à maturidade emocional dos homens. Porque envelhecer ao lado de alguém exige mais do que convivência, exige presença, escuta e empatia. Quando um homem escolhe entender o que a mulher sente, ele também se aproxima da sua própria transformação, porque envelhecer juntos pode ser um dos maiores atos de amor que existe. Mas, para isso, é preciso deixar de lado os silêncios e assumir a responsabilidade de caminhar lado a lado, com coragem, afeto e verdade”.




