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Neurologista alerta sobre autismo em adultos

Dr. Matheus Trilico: “adultos com autismo podem enfrentar desafios significativos, incluindo  dificuldades em comunicação social, padrões de comportamento repetitivos e alterações sensoriais intensa”

Quando falamos em Autismo, muitas vezes nossos pensamentos se dirigem automaticamente às crianças. Porém, o que acontece quando estas crianças crescem? Afinal, crianças com autismo tornam-se adultos com autismo. Segundo o neurologista Matheus Trilico, de Curitiba/PR, “este é um aspecto frequentemente negligenciado pela sociedade e, muitas vezes, pelas próprias pessoas que vivem com a condição.

Conforme explica, o Autismo é um transtorno do desenvolvimento que persiste durante toda a vida. Ele afeta como uma pessoa percebe o mundo e interage com os outros. Adultos com autismo podem enfrentar desafios significativos, incluindo dificuldades em comunicação social, padrões de comportamento repetitivos e alterações sensoriais intensas. Mas, além dos desafios, muitos têm habilidades e talentos únicos, que, quando bem direcionados, podem levar a carreiras de sucesso e uma vida independente.

Para um adulto, receber um diagnóstico de autismo pode ser uma experiência transformadora, ressalta o especialista, referência em TDAH e Autismo em adultos. Muitos pacientes relatam um sentimento de alívio ao entenderem que há uma razão para as dificuldades que enfrentam, especialmente aqueles que passaram a infância sem um diagnóstico. Este reconhecimento não apenas ajuda na autoaceitação, mas também abre portas para suportes e recursos adequados. Isso não significa que seja fácil receber esse diagnóstico – muito pelo contrário!

Para Trilico, dizer que alguém é autista significa falar também que essa pessoa teve prejuízos ao longo da vida em decorrência dessa condição. A detecção do autismo em adultos é complexa. Os sintomas podem ser menos óbvios que em crianças, ou terem sido compensados ao longo dos anos através de estratégias pessoais desenvolvidas pelos próprios indivíduos. Isso significa que muitos adultos vivem sem saber que estão no espectro, o que pode levar a desafios não reconhecidos, como ansiedade e depressão. O diagnóstico tardio é possível e deve ser levado em consideração.

“Profissionais especializados podem ajudar através de avaliações detalhadas, que consideram não apenas a história da pessoa, mas também suas experiências atuais. É importante notar que o Autismo é diverso, um verdadeiro espectro; não há dois indivíduos no espectro que sejam exatamente iguais. Ao entender o autismo em adultos, estamos não apenas buscando reconhecer suas necessidades, mas também valorizando suas contribuições para a sociedade”, explica o médico, observando que trata-se de uma jornada contínua de aprendizado, adaptação e aceitação que beneficia a todos, promovendo uma comunidade verdadeiramente inclusiva e diversificada.

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