Pálpebra caída: se for o seu caso, procure logo seu oftalmologista
A oftalmologista Luciana Mares: a pálpebra caída não é uma questão apenas estética. Ela pode prejudicar seriamente a visão.
Talvez você não saiba o que é ptose palpebral, mas, com certeza, sabe o que é pálpebra caída. Geralmente, quem tem esse problema tem aquele olhar de “peixe morto” (olho semiaberto) e aparência de fadiga. Ela pode afetar um olho, o que é mais comum, ou os dois simultaneamente.
De acordo com a oftalmologista Luciana Mares de Freitas, “a ptose palpebral acomete desde o nascimento até adultos e idosos, mas é mais comum com o avançar da idade. A literatura médica estima que ela é mais frequente em pessoas acima de 65 anos de idade (5%). Em alguns casos pode estar associada ao excesso de gordura, a presença de um tumor, ou a uma paralisia nos nervos da região ocular”.
Em crianças, destaca, a ptose congênita pode estar relacionada a outras anomalias do olho. Daí a importância do exame oftalmológico precoce, uma vez que, a pálpebra caída pode interferir na capacidade de visão e, em casos mais graves, pode até causar danos irreversíveis. Segundo a oftalmologista, o problema mais grave associado à ptose palpebral na infância é a amblíope ou olho preguiçoso, que se não for corrigido pode interferir na capacidade visual, causar astigmatismo ou esconder um outro problema, o estrabismo.
No adulto, a causa mais frequente é a separação ou o alongamento do tendão do músculo que tem como função elevar a pálpebra. Isso pode acontecer devido ao envelhecimento, bem como a complicações pós-operatória da catarata ou em virtude de outra intervenção cirúrgica, ou de uma lesão ou trauma ocular.
A ptose ou “pálpebra caída” no adulto também pode ter como causas doenças relacionadas aos músculos ou aos nervos da pálpebra, tais como doenças neurológicas e doenças musculares, e, em casos raros, a tumores da cavidade orbitária. “Uma causa comum de ptose no idoso frequente, é a paralisia dos nervos oculares devido à diabetes ou à hipertensão arterial”, complementa. Nesse sentido, ressalta, é bom prestar atenção a alguns sintomas, como levar a cabeça um pouco para trás para tentar ver melhor ou levantar as sobrancelhas muitas vezes para, consequentemente, elevar a pálpebra e, assim, enxergar melhor.
A Dra. Luciana Mares explica que “o tratamento depende de vários fatores, como idade do paciente, movimento do olho, a altura da pálpebra e a força do músculo, entre outros. Na infância, o tratamento cirúrgico é o mais comum, uma vez que a pálpebra caída pode causar danos irreversíveis na visão, como a amblíope. Nesse caso, ele deve ser associado à aplicação de oclusões (tampões), óculos ou colírios. No adulto, além da questão estética, o procedimento cirúrgico melhora os problemas visuais, bem como a autoestima do paciente”.
Como em qualquer cirurgia existem riscos. Entre as complicações, ela cita infeção, hemorragia e olho seco, entre outras. Elas são raras e podem ser prevenidas. Muito raramente, o movimento da pálpebra pode ser perdido.
Na cirurgia de ptose palpebral, a recuperação é simples, podendo o paciente levar uma vida perfeitamente normal após a cirurgia, obedecendo, devidamente, as recomendações médicas, a saber: tomar os medicamentos prescritos (anti-inflamatórios, antibióticos etc.), evitar exposição a poeiras e produtos tóxicos.
- A Dra. Luciana Mares de Freitas é formada em Medicina, pela UFMG (1987-1992).
- Integrou a equipe do Hospital das Clínicas da UFMG e do Hospital São Geraldo (1993- 1995) e da Plástica Ocular (1996).
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