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Pílula do dia seguinte: procura aumentou no Carnaval

Novas pesquisas alertam para o perigo do uso inadequado do método contraceptivo de emergência

A busca por pílula do dia seguinte voltou a crescer no Google na semana de Carnaval em 2024. Durante o feriado em 2023, marcado pela retomada das festividades após dois anos de pandemia, foi evidenciado um problema preocupante: o uso deste método anticoncepcional sem acompanhamento médico. De acordo com o Google Trends, a segunda maior busca pelo medicamento no ano passado aconteceu na semana seguinte ao Carnaval, perdendo apenas para a primeira semana de janeiro. Em 2024, as estatísticas apontam para o mesmo caminho. Depois de uma queda nas buscas após a primeira semana do ano, o índice voltou a crescer na semana do feriado.

Alexandra Ongaratto, médica ginecologista especializada em ginecologia endócrina e climatério e Diretora Técnica do primeiro Centro Clínico Ginecológico do Brasil, o Instituto GRIS/Curitiba/PR, explica queembora a pílula do dia seguinte seja eficaz na prevenção da gravidez quando utilizada corretamente, seu uso frequente, e sem orientação médica, pode trazer diversos riscos à saúde da mulher”, afirma.

A foliã Jéssica Barbosa, de Curitiba, contou um pouco da experiência dela com a pílula neste último Carnaval em São Paulo. “A festa estava sendo incrível, estava me divertindo muito com meus amigos. Acabei conhecendo um cara legal e acabou rolando um clima. Como não tinha nenhum método contraceptivo comigo, decidi tomar a pílula do dia seguinte. Foi a primeira vez que usei e confesso que fiquei nervosa com os efeitos colaterais”, relata.

Problemas comuns – Conforme informa a Dra. Alexandra Ongaratto, existem problemas comuns relacionados ao uso da pílula do dia seguinte, como as alterações hormonais. “O alto índice de hormônios presentes no medicamento pode causar náuseas, vômitos, dores de cabeça e alterações no ciclo menstrual”. Também é importante ficar atento as seguintes situações:

  • Ineficácia – A pílula do dia seguinte é menos eficaz quanto mais tempo se passa após a relação sexual. Se tomada dentro de 72 horas, a pílula é eficaz em 95% dos casos. No entanto, a eficácia cai para 85% se tomada entre 72 e 120 horas após a relação sexual.
  • Interações medicamentosas – A pílula pode interagir com outros medicamentos, por isso é importante consultar um médico antes de usá-la.
  • Riscos cardiovasculares – Estudos sugerem que o uso frequente da pílula pode aumentar o risco de trombose venosa e embolia pulmonar, especialmente em mulheres com histórico familiar, ou outros fatores de risco.

Dados alarmantes – De acordo com uma pesquisa da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) de 2022, 53% das mulheres que utilizaram a pílula do dia seguinte o fizeram sem orientação médica. Nesse sentido, “é importante destacar que a pílula do dia seguinte não é um método contraceptivo regular. Ela deve ser utilizada apenas em situações emergenciais, como em casos de falha do método contraceptivo usual ou em caso de violência sexual”, destaca.

Outro estudo publicado na revista “Contraception” em 2023, mostrou que o uso frequente da pílula do dia seguinte (mais de duas vezes por ano) pode aumentar em até 70% o risco de trombose venosa. Por isso, é fundamental que a mulher consulte um médico antes de utilizar a medicação. O profissional poderá avaliar o histórico de saúde da paciente, identificar contraindicações e orientar sobre o uso correto do medicamento. “Além disso, é importante lembrar que existem outros métodos contraceptivos mais eficazes e seguros que podem ser utilizados regularmente, observa a ginecologista.

A importância da orientação médica – Consultar um médico antes de usar a pílula do dia seguinte é fundamental para garantir a segurança e a efetividade do método. O profissional poderá avaliar o histórico de saúde da mulher, identificar contraindicações e orientar sobre o uso correto.

Recomendações:

  • Utilize a pílula do dia seguinte apenas em casos emergenciais.
  • Consulte um médico antes de usar a pílula, especialmente se você possui alguma condição médica pré-existente.
  • Utilize métodos contraceptivos regulares e eficazes, como preservativos e pílulas anticoncepcionais de uso contínuo.
  • Converse com seu médico sobre as opções de contracepção mais adequadas para você.

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