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Reabilitação em Oftalmologia: novo lançamento da Editora Manole

Para a médica Maria Aparecida Onuki Haddad: “programas de reabilitação visual, como os tratados no livro, são prioritários e devem ser, cada dia mais, agenda de Saúde Pública”.

Segundo relatório mundial sobre a visão apresentado pela Organização Mundial da Saúde no final de 2019, mais de dois bilhões de pessoas no mundo apresentam importantes dificuldades visuais, sendo que ao menos um bilhão poderiam ter seus problemas tratados. “Apesar do avanço tecnológico e das terapias para as doenças oculares, a deficiência visual continua presente em importante parcela da população mundial e em todas as faixas etárias”, diz a médica Maria Aparecida Onuki Haddad, coeditora do novo livro da Editora Manole Reabilitação em Oftalmologia. “O livro Reabilitação em Oftalmologia tem como principal objetivo colaborar com a socialização de informações relacionadas à reabilitação e com a prática diária no atendimento ao paciente com deficiência visual irreversível. ”

A doutora Maria Aparecida reforça que o impacto da perda visual parcial ou total é alto em todas as faixas etárias, podendo levar à condição de incapacidade. “Dessa forma, programas de prevenção à cegueira são extremamente importantes. No entanto, quando a deficiência visual é irreversível, a reabilitação é necessária para melhora da funcionalidade visual e conquista da autonomia e independência do indivíduo acometido”, diz. “Portanto, programas de reabilitação visual – como os tratados no livro – são prioritários e devem ser, cada dia mais, agenda de Saúde Pública. Tanto na prevenção quanto na reabilitação, temos o papel catalisador do médico oftalmologista. ”

Segundo a médica e coeditora, os avanços nos estudos na área de reabilitação da pessoa com deficiência visual têm observado evidências na possibilidade de uso da plasticidade visual para melhora da funcionalidade. “Um tema que abordamos no livro é a avaliação da sensibilidade retinia-a e treinamento da visão por protocolos de bi feedback. Novos estudos estão sendo realizados mundialmente e têm mostrado, com base em evidências, melhora da função visual da pessoa com deficiência visual moderada e grave (em especial nas doenças que afetam a área retinia-a central como, por exemplo, a degeneração macular relacionada à idade). Isso já é realidade nos serviços de Oftalmologia na área da reabilitação visual. ”

Cenário

Atualmente, estima-se que a cegueira afete 39 milhões de pessoas no mundo e que 246 milhões sofram de perda moderada ou severa da visão. Os dados também são da OMS e constam no recente documento “As Condições da Saúde Ocular no Brasil 2019”, elaborado pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO).

Segundo a doutora Maria Aparecida, o aumento da população mundial e seu envelhecimento apontam uma tendência de crescimento no número de pessoas com deficiência visual secundária a doenças degenerativas relacionas à idade, o que reforça a necessidade do desenvolvimento de planos de ação, regionais e globais, para a prevenção da perda visual e reabilitação. “A prevalência de doenças oculares que levam ao comprometimento da resposta visual cresce com a idade e taxas maiores de cegueira e baixa visão são observadas com o aumento da vida média da população. ” A doutora. Maria Aparecida aponta a catarata não operada, o glaucoma, a degeneração macular relacionada à idade e a retinopatia diabética como principais causas desse avanço.

De acordo com a médica, o desenvolvimento social e econômico de diferentes regiões mundiais também está relacionado com as causas da deficiência visual, tanto na população infantil quanto na adulta. “Nos países desenvolvidos, a retinopatia diabética, o glaucoma e a degeneração macular relacionada à idade são mais frequentes, enquanto que nos países com menor desenvolvimento econômico a catarata não operada é a causa mais observada. ”

Sobre os editores:

MARIA APARECIDA ONUKI HADDAD é coordenadora do Setor de Visão Subnormal da Clínica Oftalmológica do HC-FMUSP e coordenadora médica da Associação Brasileira de Assistência à Pessoa com Deficiência Visual – Aramara, além de coordenadora médica do Serviço de Reabilitação Lucy Montoro – Humaitá para Pessoas com Deficiência Visual e presidente da Sociedade Brasileira de Visão Subnormal.

MARCOS WILSON SAMPAIO é coordenador do Setor de Visão Subnormal da Clínica Oftalmológica do HC-FMUSP (1997-2011) e presidente da Sociedade Brasileira de Visão Subnormal (gestão 2003-2005).

REMO SUSANNA JR. é professor titular de Oftalmologia da FMUSP e ex-presidente da Associação Mundial de Glaucoma e da Sociedade Panamericana de Glaucoma e da Sociedade Latino-Americana de Glaucoma.

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