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Tecnologia: ferramenta vital para a transformação do sistema de saúde

Por Víctor Macul e Olívio Souza Neto: fundadores da Ana Health, startup da área de Saúde – São Paulo/SP

No Brasil, a jornada em direção a um sistema de saúde mais inclusivo e eficiente continua a enfrentar desafios significativos, particularmente nas comunidades periféricas e áreas rurais remotas. Uma pesquisa do Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS) revela que 34% da população brasileira não tem acesso à atenção básica do SUS, destacando a necessidade urgente de soluções inovadoras para superar essas barreiras. Neste contexto, a tecnologia surge como uma força transformadora, oferecendo novas possibilidades para melhorar o acesso e a qualidade dos cuidados de saúde. A adoção de algoritmos de IA, por exemplo, tem o potencial de personalizar o cuidado em escala, melhorando a eficiência do sistema de saúde e permitindo a alocação estratégica de recursos humanos.

Mas a importância da tecnologia vai além do diagnóstico e tratamento, estendendo-se à gestão da saúde. A introdução do conceito de “open health” promete uma revolução na área, com a integração de dados médicos em um prontuário unificado, facilitando a portabilidade dos planos de saúde e reduzindo desperdícios, um projeto alinhado com a Estratégia de Saúde Digital do governo federal, planejada para ser implementada até 2028.

            Desafios e Inovações no Setor da Saúde – Apesar da promessa da tecnologia, o mercado de saúde enfrenta questões complexas, incluindo a consolidação do setor através de fusões e aquisições. Embora este movimento tenha desacelerado, refletindo um mercado em busca de estabilidade e sustentabilidade, a consolidação continua sendo uma estratégia para muitas organizações na tentativa de melhorar a eficiência operacional e ampliar o acesso aos serviços de saúde.

Paralelamente, as operadoras de saúde estão investindo em redes próprias, buscando uma visão sistêmica e integrada dos cuidados. Este movimento de verticalização, embora desafiador, é visto como uma oportunidade para melhorar a coordenação dos serviços e a experiência do paciente, promovendo um atendimento mais resolutivo e adequado. No entanto, a transição para novos modelos de remuneração no setor de saúde ainda encontra obstáculos, com o mercado mostrando-se cauteloso em adotar abordagens que se afastam do pagamento tradicional por procedimento. Apesar disso, modelos híbridos começam a ganhar espaço, sinalizando uma gradual abertura para inovações que possam contribuir para a sustentabilidade financeira do sistema de saúde.

Em direção a um futuro mais inclusivo e eficiente – O caminho para transformar o sistema de saúde no Brasil é complexo, mas a integração da tecnologia e a inovação nas práticas de gestão oferecem uma rota promissora. A implementação do “open health” e a exploração de novos modelos de remuneração são passos importantes nessa jornada, assim como o investimento contínuo em infraestrutura e a capacitação dos profissionais de saúde.

À medida que o setor de saúde avança, é essencial manter um equilíbrio entre a inovação tecnológica e a empatia no atendimento ao paciente, garantindo que a tecnologia fortaleça, e não substitua, o cuidado humano. A colaboração entre todos os stakeholders do setor será fundamental para superar os desafios existentes e maximizar o potencial da tecnologia e da inovação para criar um sistema de saúde mais inclusivo, eficiente e sustentável para todos os brasileiros.

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