Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão: Cardiologista ressalta o impacto do estilo de vida no controle da doença
Dr. Alexandre Gayoso: “fazer a aferição da pressão periodicamente, pelo menos uma ou duas vezes ao ano, é o método mais eficaz para detectar”
Quatorze por nove. Dois números e um alerta que podem indicar hipertensão arterial. Mais conhecida como “pressão alta”, a doença crônica atinge mais de 38 milhões de pessoas, no Brasil. Desde os anos 1990, o número de pessoas na faixa etária de 30 a 79 anos diagnosticadas com a doença dobrou: passou de 650 milhões para 1,28 bilhão. No recente dia 26 de abril, lembrado como Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial, o cardiologista do Sistema Hapvida, Alexandre Gayoso, alerta que as principais causas deste aumento estão diretamente ligadas ao estilo de vida: estresse, sedentarismo, alimentação rica em sódio e alimentos industrializados.
“Mais 95% dos quadros de hipertensão são assintomáticos. Não espere ter sintomas. Fazer a aferição da pressão periodicamente, pelo menos uma ou duas vezes ao ano, é o método mais eficaz para detectar”, orienta. “No caso de a pressão apresentar com regularidade valores maiores ou igual a 140, de sistólica, ou maiores ou igual a 100, de diastólica, é importante buscar ajuda médica. Já o uso de medicamentos é recomendado, em casos de incapacidade de realizar mudanças no estilo de vida e identificação da presença no organismo de danos secundários da pressão elevada”, acrescenta.
As principais consequências da pressão alta a longo prazo, são alterações cerebrovasculares, na função renal, aumento no risco de declínio cognitivo na velhice, insuficiência cardíaca e elevação no risco de infarto e AVC (Acidente Vascular Cerebral).
Gayoso recomenda aos adultos jovens, com histórico familiar para doenças cardiovasculares, a realização de acompanhamento periódico com cardiologista: “A partir dos 35 anos é preciso fazer uma consulta a cada um ou dois anos, dependendo dos fatores de risco identificados e do estilo de vida; e antes dos 35 anos, para aqueles com fatores de risco”.
O cardiologista ressalta a importância de evitar uma dieta com excesso de sal e alimentos industrializados, além de manter atividade física regularmente. “Não precisa ser aeróbica. Para todos os indivíduos, é importante ter pelo menos 150 minutos de exercícios por semana e a cada uma hora sentado, deve-se ficar em pé ou caminhar por dez minutos. Para os hipertensos ou que possuem alguma doença, é recomendado ter, pelo menos, 300 minutos semanais de atividades físicas”.
O médico sinaliza também a necessidade de contar com avaliação clínica de orientação para atividades físicas com os objetivos de “identificar doenças de forma mais precoce, prevenir lesões e mal súbitos, e para orientar a atividade ideal para cada um”. Além disso, o profissional reafirma os benefícios de “ter um sono reparador; buscar o equilíbrio espiritual; e controlar fatores de risco como obesidade, estresse, ansiedade, depressão e diabetes”.