A hiperidrose é uma doença que tem tratamento
A produção excessiva de suor pode causar dificuldades manuais, constrangimentos e até fobia social
Estima-se que, atualmente, 3% a 4% da população brasileira conviva, dia após dia, com o suor exagerado nas mãos, rosto, couro cabeludo, axilas e pés. Isso vai além de um simples incômodo ou constrangimento: é uma doença e seu nome é hiperidrose.
Essa produção excessiva de suor pode causar dificuldades para a execução de atividades manuais, constrangimento e, até mesmo, quadros de fobia social, interferindo negativamente na autoestima. “É uma doença que influencia até mesmo na hora de se comprar uma roupa, escolher um calçado ou fazer uma maquiagem. Trata-se de um problema que afeta mulheres e homens, podendo se manifestar na infância, na adolescência ou somente na idade adulta”, informa o Dr. Carlos Hespanha, médico do Serviço de Cirurgia Torácica do Pilar Hospital/Curitiba/PR, e professor da Faculdade Evangélica Mackenzie e da Universidade Positivo.
Segundo o cirurgião, na maioria dos casos, o diagnóstico feito é de hiperidrose primária, cujo tratamento deve ser individualizado e de acordo com o local acometido e a intensidade dos sintomas. “Em muitos casos o tratamento pode ser clínico, sem a necessidade de cirurgia, mas, para alguns casos mais intensos de suor e quando a melhora não for satisfatória com procedimentos não invasivos, há indicação para a cirurgia, chamada de simpatectomia. O procedimento, minimamente invasivo, é realizado por vídeotoracoscopia, podendo ser feito em pacientes a partir dos 8 anos de idade, sendo o mais importante: ele deve ser realizado por um especialista em cirurgia torácica”, recomenda.
Conforme o Dr. Carlos Hespanha explica, a transpiração é uma função biológica essencial para a regulação térmica corporal, provocada, normalmente, após o sistema nervoso central emitir estímulos para que as glândulas sudoríparas produzam suor. Quando esse estímulo ocorre de maneira excessiva, independentemente da temperatura ambiente, surge a hiperidrose. “Ela é dividida em primária, ou essencial, e secundária. Enquanto na primária a causa do suor excessivo não apresenta uma patologia associada, na secundária o suor está relacionado a outra doença de base, podendo esta ser uma doença grave, motivo pelo qual casos de hiperidrose devem sempre ser investigados”, alerta o médico.