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Até que idade uma mulher pode engravidar utilizando os próprios óvulos?

Dr. Arnaldo Cambiaghi, especialista em Reprodução Humana: “a mulher nasce com um estoque limitado de óvulos que, ao longo dos anos, diminui tanto em quantidade quanto em qualidade.

Imagem: Divulgação

A maternidade tem sido cada vez mais postergada. Graças aos avanços da medicina, a escolha pela gravidez em uma idade mais avançada não significa mais um impedimento. Segundo dados divulgados pelo IBGE em março de 2024, o número de mulheres que optaram pela maternidade somente após os 40 anos cresceu 65,7% em 12 anos. Também houve um aumento significativo entre mulheres de 30 a 39 anos, apresentando uma alta de 19,7%. Essa tendência reflete mudanças culturais, maior foco na carreira, busca por estabilidade financeira e o desejo de ter filhos em um momento de maior amadurecimento na vida. Contudo, a natureza impõe limites, especialmente à fertilidade feminina.

De acordo com o Dr. Arnaldo Cambiaghi, de São Paulo/SP, especialista em Reprodução Humana: “a mulher nasce com um estoque limitado de óvulos que, ao longo dos anos, diminui tanto em quantidade quanto em qualidade. Aos 35 anos, o declínio se torna mais acelerado e, por volta dos 50 anos, a capacidade de engravidar com os próprios óvulos praticamente se extingue”, explica o médico, ressaltando que nesse contexto o congelamento de óvulos surge como uma solução poderosa para preservar a fertilidade e oferecer às mulheres autonomia sobre suas escolhas reprodutivas. O procedimento consiste em coletar e armazenar os óvulos em uma fase de maior fertilidade, garantindo que eles possam ser utilizados futuramente, mesmo após o declínio natural da reserva ovariana.

Para aquelas que estão considerando a preservação dos óvulos, a preparação é essencial. Aqui estão cinco dicas fundamentais para se prepararem para esse procedimento:

  1. Reserva ovariana – Antes de tomar qualquer decisão, é crucial avaliar sua saúde reprodutiva. Realize exames como o ultrassom transvaginal para avaliação dos folículos antrais e o teste de hormônio antimulleriano (AMH). Esses exames fornecem informações importantes sobre a sua reserva ovariana.
  2. Momento certo – A preservação dos óvulos é mais eficaz quando realizada antes dos 35 anos, período em que a qualidade dos óvulos ainda é mais alta. Contudo, mulheres com mais de 35 anos ainda podem optar por esse procedimento.
  3. Profissionais e clínicas de confiança – Escolha clínicas e médicos com experiência em fertilização e preservação de óvulos. Pesquise sobre os profissionais, converse sobre as opções e os custos e tire todas as suas dúvidas antes de tomar a decisão.
  4. Esteja preparada emocionalmente e financeiramente – A preservação dos óvulos envolve custos, desde os exames iniciais até a criopreservação em si. Além disso, o procedimento pode ser emocionalmente desafiador, já que envolve a estimulação ovariana e a coleta dos óvulos. Por isso, é recomendado a procura por apoio psicológico durante o processo. Neste período, contar com o suporte de uma rede de apoio com familiares e amigos também pode fazer a diferença.
  5. Benefícios a longo prazo – Ao congelar seus óvulos, você ganha mais liberdade para planejar sua maternidade no futuro, permitindo que você tome decisões mais alinhadas aos seus objetivos de vida. A preservação oferece a oportunidade de escolher quando ser mãe, com a segurança de ter óvulos saudáveis à disposição.

Conforme explica o Dr. Arnaldo, a preservação da fertilidade, por meio do congelamento de óvulos, oferece a possibilidade de planejar a maternidade no futuro, mesmo que a mulher não queira engravidar agora. “Os óvulos de qualidade ficam preservados para uma eventual decisão futura, e, caso não haja mudança de ideia, ainda é possível doá-los a outras pessoas. Esse procedimento é uma decisão importante que deve ser tomada com informações claras e acompanhamento médico adequado”, observa.

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