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Fraturas decorrente de quedas comprometem saúde de idosos

Especialista dá dicas de adaptações para prevenção de acidentes em ambiente doméstico

Foto: Freepik

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a expectativa de vida do brasileiro subiu de 76,8 para 77 anos e, com ela, cresceu a parcela de pessoas idosas no país, que passou de 11,3% para 14,7%, acendendo, assim, o alerta para o risco de quedas e fraturas nessa população. Da mesma forma, o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia, divulgado pelo Ministério da Saúde, confirma tal previsão. Segundo o órgão, acidentes com quedas acometem cerca de 40% dos idosos na faixa dos 80 anos ou mais.

Para o ortopedista Marcos Cenni, médico cooperado da Unimed-BH, fraturas como as do fêmur e dos punhos, geralmente necessitam de tratamento cirúrgico, o que pode acarretar perda de funcionalidade, comprometendo a saúde geral do idoso. “Com o envelhecimentoqualquer forma de trauma, especialmente aqueles relacionados à ortopedia, pode resultar em consideráveis limitações e impactos adversos tanto no aspecto clínico quanto funcional, muitas vezes acarretando danos irreversíveis, mesmo com tratamento adequado. Por isso, tão crucial quanto o tratamento, a prevenção de lesões e fraturas desempenha um papel fundamental na saúde do idoso”, ressalta.

As lesões mais comuns decorrentes de quedas são as escoriações ou contusões superficiais. Contudo, as mais graves, como o traumatismo craniano e as fraturas, que podem atingir coluna, punho, ombro, quadril e fêmur, são preocupantes por necessitarem de tratamento cirúrgico. “Além das sequelas físicas, os famosos tombos podem gerar consequências psicológicas, como a insegurança ao andar, quadros depressivos, baixa autoestima e isolamento social”, afirma Cenni. 

As quedas em idosos podem ser motivadas por diversos fatores que vão desde obstáculos, como tapetes, até pisos escorregadios e irregulares, passando ainda pelos calçados inadequados, dificuldade de equilíbrio, diminuição da força muscular, distúrbios visuais e vertigens. Assim, ambientes como banheiros, cozinhas, varandas e áreas externas oferecem os maiores riscos.

A prevenção é o melhor remédio – A prática de atividade física é fundamental na prevenção de quedas, pois mantém habilidades importantes para a funcionalidade do idoso, como força, coordenação, equilíbrio e noção espacial. Segundo o IBGE, no Brasil, cerca de 9 milhões de idosos fazem atividade física. A mais praticada é a caminhada (66,5%), a bicicleta (13,3%) e academia (9,69%).

A realização de pequenas adaptações no ambiente doméstico também é alternativa para minimizar os riscos de queda. Entre eles, retirar todos tapetes, melhorar a iluminação dos cômodos, deixar os corredores de passagem desobstruídos, instalar barras de apoio e colocar tiras adesivas antiderrapantes na borda livre dos degraus e no chão do box do banheiro. “É importante ressaltar que medidas simples reduzem em até 40% o número de quedas. As cadeiras com rodinhas, por exemplo, também estão vetadas, uma vez que é muito comum o idoso se apoiar para se vestir ou equilibrar”, completa o ortopedista Marcos Cenni, que alerta ainda que o principal erro dos familiares é acreditar que o idoso será sempre autossuficiente e independente. “Em algum momento, todos eles vão necessitar de cuidados especiais. Por isso, buscar informações corretas levam a um acompanhamento mais seguro e pleno, dando dignidade para aqueles que, em algum momento, foram os protagonistas e agora merecem todo conforto e apoio por parte da sociedade”, conclui.

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