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Janeiro Roxo conscientiza sobre a hanseníase em Minas Gerais

Dados divulgados pela Secretaria de Saúde apontam que há transmissão ativa da doença no Estado.

Foto: Divulgação

O mês de janeiro é dedicado à conscientização sobre a hanseníase. Acampanha Janeiro Roxo, instituída em 2016, pelo Ministério da Saúde, promove campanhas educativas em todo o Brasil. Segundo dados divulgados pela Secretaria de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), nos últimos três anos, foram diagnosticados cerca de 1.339 novos casos da patologia por ano no Estado, o que demonstra que há transmissão ativa da doença no território.

“A hanseníase é uma doença infecciosa crônica causada por uma bactéria. Trata-se do bacilo chamado Mycobacterium leprae. A sua transmissão ocorre quando uma pessoa doente, sem ter iniciado o tratamento, elimina o patógeno por meio de secreções nasais, tosses ou espirros”, contextualiza o Dr. Diogo Pazzini, da Hapvida Notredame Intermédica/Marilia-SP. Ele é também sócio titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD

Segundo o especialista, os sintomas acontecem surgir entre dois e sete anos a partir da contaminação. “Na fase inicial da doença, podem surgir lesões na pele, que causam diminuição ou ausência de sensibilidade. As formas mais graves são as que geram comprometimento neurológico, com alterações motoras e deformidades”.

Conforme explica, parte da população é resistente à doença e não vai desenvolvê-la mesmo estando em contato com a bactéria. “No entanto, não se pode e não se deve relaxar nem negligenciar a condição. Caso a pessoa perceba alguns sinais, como manchas na pele esbranquiçadas ou avermelhadas, com perda de sensibilidade, associadas ou não ao formigamento nos membros, tem que procurar imediatamente um médico para ter um exame detalhado, o diagnóstico e a assistência correta”, alerta.

O tratamento é feito por meio de comprimidos, em um período que varia entre seis meses e um ano. A medicação é disponibilizada pela rede pública. É fundamental a intervenção precoce, uma vez que a hanseníase afeta a pele e os nervos. A demora pode levar a sequelas incapacitantes.

O Dr. Diogo Pazzini reforça que, logo após o início do medicamento, o paciente não transmite mais a doença. Portanto, ele não precisa mais ficar isolado como acontecia antigamente. “Ainda existe muito preconceito relacionado à hanseníase. Isso se deve, em grande parte, à falta de informação e ao estigma relacionado a conceitos arraigados na sociedade. Estamos falando de uma doença milenar, por muitos anos denominada de lepra, que afastava os doentes do convívio social, isolando-os em instituições. Isso ocorria em virtude da inexistência, na época, de medicamentos eficazes. Assim, tentavam evitar a transmissão. No entanto, hoje, nada disso faz sentido, como já expliquei na questão referente ao tratamento”, reitera.

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