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Medicina e Saúde jovem: entrevista com Letícia Ribeiro Sternick

 A estudante Letícia Sternick: “curso de Medicina envolve disciplina, dedicação e força de vontade”

           A vida universitária não é nada fácil. Dependendo do curso, ela exige bastante do estudante, como é o caso do curso de Medicina que demanda alto conhecimento e técnica, o que leva todos que escolhem esta profissão dedicação quase que integral. Ao longo do curso, o futuro médico enfrenta grandes desafios ao conciliar aprendizado, vida familiar e vida social. São horas de estudos, o que envolve disciplina, dedicação, força de vontade e atividades para vencer o estresse.

Nesta entrevista ao Portal Medicina & Saúde Jovem, Leticia Ribeiro Sternick, que está cursando o 9º período da Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais, em Belo Horizonte/MG, fala um pouco sobre a sua vida estudantil e perspectivas profissionais. Confira:

Primeiramente, Letícia, o que a estimulou a seguir os caminhos da Medicina?

Para ser sincera, nem eu sei ao certo. Acredito que essa vontade nasceu comigo, muito por influência do meu pai, que é médico. Sempre vi o que ele fazia e gostava muito, admirava muito. Desde os meus três anos ele me levava, juntamente com a minha irmã, ao hospital em que trabalha e eu, simplesmente, amava aquilo. Eu amava o cheiro do hospital e queria trabalhar ali. Gosto de contar uma história que representa muito isso: quando eu tinha quatro anos minha professora pediu para todos os alunos escreverem o que queriam ser quando crescessem, e eu escrevi “Médica”. Nunca me esqueci disso. Eu não consigo me ver fazendo outra coisa. Realmente, acho que nasci para isso.

Qual especialidade pretende seguir?

Ainda não resolvi, mas já sei quais especialidades que eu não quero seguir, como Dermatologia e Oftalmologia. Gosto muito de Pediatria, mas ainda não é uma certeza. Tenho mais dois anos para resolver e acredito que é importante manter a mente aberta nesse tempo para todas as especialidades que ainda vou vivenciar no curso.

Quais os principais desafios do curso?

Acredito que os principais desafios são a carga horária e a quantidade de horas complementares que temos que fazer. Isso faz com que a rotina seja muito cansativa, já que temos muitas aulas e ainda temos que fazer diversas atividades extracurriculares para completar.

Como foram as aulas em tempo de pandemia? Aulas online não interferem no aprendizado?

Logo no início da pandemia, eu adorava o EAD por poder fazer o meu próprio horário e ter calma para assistir as aulas. Mas, com o passar dos meses, eu parei de gostar. Percebi que aquilo não estava funcionando e meu aprendizado estava sendo muito comprometido. Sinto que não aprendi o suficiente as matérias que tive na pandemia. Até hoje essa defasagem é perceptível. Apesar disso, a minha faculdade foi muito ágil na volta às aulas práticas, ao contrário da maioria das faculdades. Em julho de 2020, já voltamos aos laboratórios e ambulatórios da faculdade. O que foi muito bom e diminuiu bastante essa defasagem. Se não tivesse sido assim e não tivéssemos conseguido repor todas as aulas, o prejuízo seria muito maior.

Na sua Faculdade de Medicina os debates científicos, palestras, seminários costumam ser intensos? Eles atendem sua expectativa?

Minha faculdade tem muitos eventos, seja organizado pelos próprios alunos, por meio das Ligas Acadêmicas ou Diretório Acadêmico, seja pela própria diretoria da faculdade. Temos Simpósios e Congressos de diversas áreas de atuação, o que atendem a todos os gostos. Atende as minhas expectativas, sim.

Quais são os programas sociais de sua faculdade?

A faculdade possui um Ambulatório com diversas especialidades médicas, além de fisioterapia, psicologia e enfermagem, que é 100% SUS. Temos também o Hospital Universitário da Ciências Médicas (HUCM) e o Instituto de Olhos da Ciências Médicas (IOCM) que são também hospitais 100% SUS. Temos ainda estágios em Postos de Saúde, tanto em Belo Horizonte quanto em diversidades cidades do interior do Estado de Minas Gerais, para vivenciarmos a Medicina de Família e Comunidade, e em Unidades de Pronto Atendimento (UPA) para termos ainda mais contato com o SUS. Nossa formação é bastante focada na saúde pública e em suas diversas áreas de atuação.

Do ponto de vista social, em um país com muita desigualdade como o Brasil, o que a pandemia está ensinando ao estudante de Medicina?

Como pessoa, a pandemia me mostrou muito mais os meus privilégios e a desigualdade do nosso país. Já como estudante de medicina, me ensinou ainda mais a importância da higienização e o cuidado com contaminação. Além disso, me mostrou o poder do conhecimento e o quanto as pessoas confiam nos médicos e têm eles como modelos. As pessoas faziam o que seu médico de confiança falava, sem nem questionar, mesmo que fosse tomar Cloroquina e Ivermectina, por exemplo. Percebi também o quanto a saúde é primordial e influência em todos os setores da sociedade, como a economia.

O estudante de Medicina estuda muito e têm pouco tempo para o lazer. Nesse sentido, nas horas vagas o que você faz para relaxar?

Eu gosto de assistir séries, filmes e me encontrar com os meus amigos.

Finalizando, qual o recado que poderia dar para quem deseja fazer Medicina?

Não desista do seu sonho por achar que é difícil. Não duvide da sua capacidade, todo mundo é capaz. Por muito tempo eu me questionei e comecei a pensar em outros cursos, por achar que não daria conta, e, hoje, estou aqui, quase formando na faculdade que sempre sonhei. Aproveite cada período e não tente antecipar as coisas, tudo tem seu tempo de ser feito. No final tudo dá certo.

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