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O importante papel do farmacêutico em tempo de pandemia

O senhor Mário Lima Colen, farmacêutico mais antigo da Drogaria Araújo: “vejo a transformação acontecendo, e posso dizer que hoje nosso trabalho é totalmente diferente. Nós não nos limitamos a pegar o medicamento e a entregá-lo ao cliente. Nós participamos da vida dele”. (crédito-foto: Lumini)

Hoje, 20 de janeiro comemora-se o Dia do Farmacêutico e, especialmente no último ano em que foi decretada a pandemia do novo coronavírus, o papel desse profissional tem passado por diversas transformações. Atualmente, suas funções não se restringem a analisar e interpretar as receitas médicas, orientar os clientes sobre o uso de medicações e garantir o armazenamento adequado dos medicamentos. Esse profissional tem, agora, uma série de atribuições que consideram um ponto importante: as relações humanas.

As próprias grades curriculares dos cursos de Farmácia, inclusive, já estão sendo alteradas. Desde os anos 2000 os estudantes passaram a receber uma formação mais generalista, com foco na humanização. “Nos últimos 10 anos, especialmente, os estudantes passaram a ter uma formação centrada no paciente como um todo. Ele precisa conhecer suas patologias e sua vida social para que ele possa orientar e garantir a eficácia do tratamento”, afirma Maria Arlete Silva Pires, coordenadora regional das áreas de Ciências Biológicas e de Saúde de MG e GO do grupo Ânima.

E quem viveu e ainda vive essa transformação é o senhor Mário Lima Colen, de 93 anos, o farmacêutico mais antigo da Drogaria Araujo/Belo Horizonte. Ele iniciou sua trajetória na empresa em 1º de janeiro de 1975. Ele acredita que essas mudanças ainda estão acontecendo. “Quando comecei na profissão, eu trabalhava em todas as áreas, médico, dentista, psicólogo… era tudo e não era nada. Com a criação do nosso conselho, em 1960, as coisas começaram a mudar. Hoje participamos do grupo de profissionais de saúde do Ministério da Saúde, onde já existe um farmacêutico lá, e isso é uma grande evolução”, comenta, acrescentando: “vejo a transformação acontecendo, e, hoje, é totalmente diferente, nós não nos limitamos a pegar o medicamento e entregar ao cliente, nós participamos da vida dele”, finaliza.

Quem está chegando agora na empresa também reforça o cuidado necessário e fundamental que os profissionais têm com os clientes. Diego César Lopes, de 32 anos, é farmacêutico há 10 anos e foi contratado pela Araujo em abril do ano passado para ficar na linha de frente na realização de testes rápidos para a Covid-19. “Atualmente fazemos um acompanhamento muito mais amplo com o paciente. Na pandemia, por exemplo, temos sido procurados, cada vez mais, pela população para passar orientações, tirar dúvidas e receber o atendimento primário. O que tenho vivido nesta pandemia é uma experiência totalmente diferente de tudo que já passei profissionalmente. A vontade de ajudar, orientar e contribuir para a melhoria da saúde das pessoas ultrapassa o medo de contrair a doença”, afirma.

De acordo com Isabel Dias, coordenadora técnica da Drogaria Araujo, a função desse profissional ganha destaque neste cenário atual. “Na pandemia, houve a publicação de uma resolução específica que autorizou as farmácias a fazer os testes de Covid-19, que só devem ser realizados por farmacêuticos. Com isso, geramos um impacto extremamente positivo na população. Nosso time de farmacêuticos, cerca de 300, já realizaram 200 mil testes até hoje”, afirma.

Pensando nisso, não é novidade que até mesmo o perfil de recrutamento desses profissionais esteja passando também por modificações. “Este profissional não está só na ponta, hoje ele atua desde a loja, na manipulação, no Centro de Distribuição, no planejamento e controle, em suprimentos, nos treinamentos de RH, nos programas de qualidade da empresa e na estratégia. Com isso, se há essa mudança na atuação, também é necessário um cuidado na contratação. A atenção primária, o contato com o paciente e a atuação clínica passam a ser critérios analisados”, completa Dias.

Mas as mudanças não param por aí. O que temos visto nos últimos anos são só o início dessa evolução. A farmácia será, cada vez mais, percebida como um serviço próximo e acessível às pessoas. A pandemia abreviou esse olhar e o farmacêutico será essencial na atenção primária, na tomada de decisão, no auxílio ao monitoramento das doenças crônicas e nas testagens rápidas.

A todos esses profissionais, o Portal Medicina e Saúde cumprimenta e parabeniza pelo seu dia e pelo excelente trabalho que desenvolvem em prol da população.

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