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Síndrome Metabólica: doença pouco conhecida, mas que pode causar sérios danos à saúde

. Allan Maia: “quando não identificada no início, a doença pode evoluir para quadros graves e causar sérios riscos à saúde”

Segundo estudo publicado pela Revista Ciência e Saúde Coletiva, em 2020, o Brasil registrou prevalência de síndrome metabólica em 29,6 da população adulta, podendo alcançar mais de 40% nas faixas etárias maiores que 60 anos.

De acordo com o cirurgião vascular Allan Maia, do Centro Médico Elsimar Coutinho Day Hospital (CEPARH), de Salvador/BA, ela consiste em uma inflamação crônica que atinge vários órgãos e sistemas essenciais do corpo humano. São alterações complexas que ocorrem de maneira simultânea no organismo e que podem contribuir de forma significativa para o surgimento de inúmeras patologistas, tais como doenças cardíacas, derrame e diabetes tipo 2. Essas alterações podem desencadear o aumento da pressão arterial, elevação dos níveis de açúcar no sangue, acúmulo de gordura corporal e desequilíbrios nas taxas de colesterol e triglicerídeos. Quando não identificada no início, a doença pode evoluir para quadros mais graves e causar sérios riscos à saúde.

Normalmente, ela não apresenta sintomas visíveis, mas está associada a uma série de condições de saúde – a exemplo da obesidade abdominal (circunferência da cintura aumentada), hipertensão arterial, glicose elevada em jejuns (açúcar no sangue), alteração nos níveis de lipídios (gordura no sangue), entre outros.

Mudanças no estilo de vida, bem como a inclusão de hábitos saudáveis na rotina auxiliam na condução do tratamento da doença. Em algumas situações é recomendável o uso de medicamentos, como antiagregantes plaquetários, para reduzir o risco de eventos cardiovasculares, remédios para controle da hipertensão, colesterol e níveis de glicose no sangue.

Outro aspecto importante são os cuidados com a saúde mental. “O sono é um pilar muito importante. Dormir bem pode fazer toda a diferença. É possível reduzir os níveis de ansiedade por meio da prática de meditação e exercícios de respiração. Focar em pensamentos positivos e evitar toxidades ligadas às mídias também podem contribuir para a qualidade de vida”, explica o Dr. Allan. 

Mas, quais mudanças devem der adotadas no tratamento da doença? Segundo ele, a adoção do diagnóstico precoce, pois a síndrome metabólica pode causar doenças hepáticas, complicações renais e obstrução dos vasos sanguíneos. Além disso, o médico destaca:

  • Dieta – Evitar o consumo excessivo de carboidratos. Adotar uma dieta equilibrada e saudável, rica em frutas, vegetais, grãos integrais e proteínas magras.
  • Exercício físico – A prática de atividade física regular é uma condição fundamental para garantir o sucesso do tratamento. É recomendável combinar os exercícios aeróbicos (caminhada, corrida e natação) com os anaeróbicos (musculação), que proporcionam o ganho de resistência localizada.
  • Controle de peso – Manter um peso saudável e reduzir a gordura abdominal. Vale ressaltar que, a perda de peso é uma consequência de medidas ligadas à obtenção da saúde.
  • Tabagismo – Parar de fumar, pois o cigarro aumenta o risco de doenças cardiovasculares.
  • Consumo de álcool – Evitar o consumo de bebidas alcóolicas.
  • Individualização do atendimento ao paciente – É papel do médico identificar e considerar o perfil genético dos pacientes (polimorfismo genético), a fim de adotar protocolos específicos para cada situação.

            Vale lembrar que o acompanhamento regular surge como um pilar essencial para o controle e a prevenção das complicações associadas à síndrome metabólica. De acordo com dr. Allan, a importância desse acompanhamento está em identificar precocemente as alterações nos indicadores de saúde e intervir de maneira eficaz para evitar que a condição evolua para quadros mais graves.

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