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Torcicolo congênito e amamentação: do que meu RN precisa?

Fisioterapeuta neuropediátrica fala sobre o diagnóstico e tratamento do que pode ser a condenação da efetividade da amamentação de uma mãe.

Foto: Divulgação

O primeiro passo da alimentação de um recém-nascido é a amamentação no seio materno. Porém, nem sempre o processo é tão simples quanto parece. Por muitas vezes, essas crianças chegam aos consultórios pediátricos sem ganho de peso, e as mães não percebem que a posição do bebê pode estar incorreta, ou mesmo têm queixas de que o bebê está inquieto e não consegue fazer a pega correta. Mas por que será que tudo isso acontece?

Segundo a especialista em fisioterapia neuropediátrica, Ana Luiza Soares, de São Paulo/SP, existem alguns diagnósticos pouco conhecidos, como o torcicolo congênito – classificado em massa ou fibrótico, podendo ser muscular ou posicional, que é inato, ou seja, se faz presente antes, durante e na hora do nascimento. A condição pode danificar os músculos da região pelo acúmulo de sangue, os hematomas, e, ainda, culminar em um espessamento anormal do tecido do pescoço (fibrose), rigidez nos músculos (contratura) e tensões.

Os sintomas são inclinação da cabeça da criança ou impossibilidade de girar bem para um dos lados ou para os dois lados, fator que afeta todo o corpinho do bebe e, em consequência, seu desenvolvimento motor. Além disso, pode causar dificuldade na pega correta de um dos seios materno, o que acarretará em problemas com peso e na falta dos nutrientes necessários.

O bebê adota uma postura de preferência que, muitas vezes, demora a ser notada, porque o recém-nascido dorme bastante e é molinho. Portanto, quando se percebe que o ganho de peso não está adequado ou a pega está com dificuldade, as famílias são encaminhadas para a consultora de amamentação ou fonoaudióloga. Apesar desses profissionais serem adequados para avaliar a amamentação, outro profissional que raramente os responsáveis são encaminhados é o fisioterapeuta, que analisa toda a movimentação, mobilidade, tensões, diminuição ou ausência de movimento; e o desenvolvimento motor da criança.

A forma de diagnóstico é a partir de exames físicos, como a avaliação de todo o corpo do bebê, do desenvolvimento motor, das compensações por meio de escala de força muscular e de um goniômetro, de técnicas de manuseio e demais testes motores. E se não for confirmado, o exame de imagem também pode ser realizado, como radiografias (Rx) e Ultrassom (Us).

Como tratamento, a especialista indica a fisioterapia infantil e a terapia manual, feitas por profissionais que trabalham com bebês. Ela consiste em pompagens, técnicas de manuseios, exercícios na região do pescoço, exercícios ativos e passivos de todo o corpo. Também pode ser considerada a utilização de brinquedos para fazer com que a criança reaja à posição que deve ser realizada.

Em casos mais extremos e/ou em uma idade avançada (diagnóstico tardio), ou mesmo caso não responda ao tratamento fisioterapêutico, será avaliada pelo ortopedista infantil a necessidade ou não da intervenção cirúrgica.

Portanto, ao notar uma dificuldade na amamentação, isso ocorre já nas primeiras semanas, bem como a preferência dele por uma posição, busque um fisioterapeuta especializado o quanto antes, orienta.

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