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Vasectomia: mitos e verdades

Especialista esclarece aspectos importantes sobre a vasectomia.

Foto: Divulgação

O casal que não deseja ter filhos pode se utilizar de vários métodos contraceptivos. O avanço da medicina oferece hoje para a mulher, inúmeras opções, como as pílulas anticoncepcionais, o diafragma, o DIU, os contraceptivos hormonais e os injetáveis, os implantes, o anel vaginal e o adesivo cutâneo, bem como a camisinha.

Como forma definitiva, a ligadura das trompas na mulher e a vasectomia nos homens são os métodos contraceptivos mais eficazes, disponíveis, inclusive, gratuitamente, no SUS. Na maioria das vezes, a primeira alternativa é realizada durante a cesariana. A segunda, no caso dos homens, apesar de ser um procedimento mais simples, menos agressivo, realizado sob anestesia local e dura cerca de 20 minutos, ainda guarda desconfianças por parte do sexo masculino, conforme destaca o Dr. Ernesto Alarcon, Cirurgião Geral, especialista em Videolaparoscopia, de São Paulo/SP, que esclarece, a seguir, algumas dúvidas a respeito do assunto. Confira:

  • A vasectomia pode ser reversível? – Embora a vasectomia seja um método de esterilização permanente, existe a possibilidade de reversão em alguns casos. A reversão consiste em religar os canais deferentes, permitindo que os espermatozoides voltem a circular. No entanto, não é garantida, pois depende de vários fatores, como o tempo decorrido desde o procedimento, a técnica utilizada, a idade do homem e a qualidade do sêmen.

De acordo como o Dr. Ernesto, a reversão é um procedimento mais complexo, demorado e caro do que a vasectomia, e pode não ser coberto pelo plano de saúde ou pelo SUS. Por isso, ela deve ser considerada como uma decisão definitiva, e só deve ser feita por homens que têm certeza de que não querem mais ter filhos biológicos.

  • Vasectomia aumenta o risco de câncer? – Esse é um mito que surgiu a partir de alguns estudos que sugeriram uma associação entre a vasectomia e o câncer de próstata. No entanto, esses estudos foram contestados por outros que não encontraram nenhuma relação causal entre os dois. Além disso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) afirmam que não há evidências científicas que comprovem que a vasectomia aumente o risco de câncer de próstata.

Os homens que fizeram ou pretendem fazer a vasectomia, orienta o especialista, devem seguir as mesmas recomendações de prevenção e rastreamento do câncer de próstata que os demais, como manter uma alimentação saudável, praticar atividade física, evitar o tabagismo e o alcoolismo, e fazer exames periódicos a partir dos 50 anos ou antes, se houver fatores de risco ou sintomas.

  • Vasectomia e o uso de preservativo – Esse é um erro grave que pode colocar em risco a saúde do homem e de sua parceira ou parceiro. A vasectomia só previne a gravidez, mas não protege contra as infecções sexualmente transmissíveis (DSTs), como HIV, sífilis, gonorreia, clamídia, HPV, herpes, hepatites, entre outras.

A vasectomia não é efetiva imediatamente após a cirurgia, pois ainda pode haver espermatozoides residuais no canal deferente. Por isso, é necessário fazer um exame de espermograma após cerca de três meses ou 20 ejaculações, para confirmar a ausência de espermatozoides no sêmen. Até lá, é preciso usar outro método contraceptivo, como a camisinha, para evitar uma gravidez. Portanto, alerta o Dr. Ernesto, ela não substitui o uso de preservativo, que é o único método que previne tanto a gravidez quanto as DSTs. Nesse sentido, ele alerta sobre a importância dos homens buscarem informações confiáveis e conversarem com seus respectivos médicos. “A vasectomia é uma escolha pessoal e responsável, que deve ser tomada com consciência e segurança”, observa.

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