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Vida sexualmente ativa na terceira idade e os seus benefícios para saúde

Uma vida sexualmente ativa traz benefícios para a saúde e bem-estar, em qualquer faixa etária. Mesmo se a frequência for menor nesta idade, não significa que a relação não seja prazerosa. E a experiência pode tornar o ato até melhor. imagem de Alisa Dyson por Pixabay 

Segundo estudos médicos, sentir prazer sexual traz diversos benefícios para a saúde física e mental, como a regularização do equilíbrio hormonal, ameniza o nível de estresse, melhora o sono, a pele e ainda fortalece o sistema imunológico. Porém, quando o tema envolve os idosos, ainda existem diversos tabus, visto que a sociedade tem a idealização que a vida sexualmente ativa e prazerosa é somente para as pessoas mais jovens. Mas com o aumento da expectativa de vida e um envelhecimento saudável, não há como negar, a importância de tratar do tema sexo na terceira idade.

De acordo com Márcia Sena, especialista em longevidade ativa e qualidade de vida na terceira idade da Sênior Concierge/São Paulo/SP, ainda há muito o que se discutir a respeito, uma vez que, é comum ainda que muitos esperem uma velhice assexuada, como se o indivíduo não tivesse mais a necessidade dessa troca, o que não é verdade. Ela ressalta que não há uma idade para parar de fazer sexo. “Somente quando a pessoa quiser parar, essa é a idade, seja qual faixa etária for”, diz.

Uma pesquisa publicada, recentemente, no The Journal of Sexual Medicine, realizada na Bélgica, com idosos entre 70 e 99 anos, constatou que um terço desta população (31,3%) tinha uma vida sexualmente ativa.

No Brasil não há muitos dados a respeito, mas, “segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) de 2017, temos hoje mais de 30 milhões de indivíduos acima dos 60 anos de idade. Em 2030, a previsão é que o país tenha a quinta maior população de idosos no mundo, ou seja, as pessoas estão vivendo mais e com qualidade”, observa Márcia Sena.

Benefícios do Sexo para a Terceira Idade – Conforme explica, a vida sexual faz parte do ser humano, inclusive, quando ele se torna idoso. Sua prática pode ser muito benéfica também nessa fase, pois proporciona bem-estar, melhora a autoestima, além do cuidado e companheirismo, ou seja, pode estar entre os pilares de estímulos físicos e mentais.

Outro fator benéfico, é que pessoas idosas que possuem uma vida sexual ativa têm um desempenho melhor na habilidade cognitiva, assim dizendo, o sexo é um auxílio para manter o cérebro em forma à medida que se envelhece.

Sexo e envelhecimento, o que fazer com as mudanças? – Para a especialista, o corpo passa por diversas mudanças com o envelhecimento, inclusive ligadas à sexualidade. A mulher tende a diminuir a produção de líquido vaginal, essencial para a lubrificação da vagina. Nesse sentido, orienta, “o uso de acessórios e produtos, como um lubrificante vaginal, podem ser uma boa alternativa para os casais de idosos permanecerem ativos sexualmente”.

Em relação ao que a mulher idosa deve fazer para se sentir atraente, Márcia Sena destaca que ela deve estar bem com sua imagem. “Se isso passar por uma cirurgia plástica, por que não?”, pontua, observando que a mulher madura já costuma ter experiência para entender que é importante estar bem consigo mesma, com sua imagem, mas isso não precisa ser a imagem de uma jovialidade inexistente. “Temos mulheres lindíssimas hoje, que nos mostram como podemos ser sexys e bem resolvidas, mesmo após os 60, 70”, analisa.

Muitas mulheres idosas não tiveram uma vida sexual prazerosa, pois antigamente o sexo era somente para gerar prazer no homem. Neste caso, a especialista acha que a mulher idosa ainda pode encontrar o prazer no sexo. “Infelizmente tivemos (e ainda temos) muito esse preconceito em que a mulher não precisa sentir prazer, quando na verdade, o prazer deve ser mútuo. Isso passa também pela mente, pela aceitação que ela pode e deve sentir prazer, conhecer seu corpo e seu parceiro estar disposto a essa troca. Quebrando esses paradigmas, é mais que possível uma prática sexual prazerosa para ambos”, enfatiza.

Da mesma forma que a mulher ao envelhecer, o homem também passa por mudanças como, por exemplo, uma ereção mais lenta e a cobrança pela performance. Por isso, segundo Sena, é preciso acabar com o mito de que uma vida sexualmente ativa só é para os mais novos. “Acredito que há mito de que a quantidade vale mais que qualidade, por exemplo. O idoso pode ter conhecimento sobre seu corpo e sobre obter prazer com seu parceiro (a).  A experiência, na verdade, pode tornar o ato ainda mais prazeroso. Mesmo que se diminua a frequência, não significa que a relação não seja prazerosa e a qualidade seja menor”, destaca a especialista, lembrando que o acompanhamento com o médico especializado em saúde íntima é fundamental.

“O idoso(a) deve se sentir seguro e acolhido para sanar dúvidas com esse profissional. Muitas vezes, a questão da libido pode estar ligada à questão hormonal. Outro fato importante é que alguns homens fazem uso da automedicação, que pode gerar problemas, sendo assim, é preciso acompanhar de perto. Além disso, o checkup é importante também contra risco de câncer de mama e próstata, que estão entre os mais comuns em idosos”, ressalta, Márcia. 

Outro cuidado importante com a saúde é o uso de preservativos. Segundo a pesquisa de HIV/Aids desenvolvida em 2018, os casos de DSTs entre idosos aumentaram 21,2%.

“É um mito achar que, por não estar em período fértil, a pessoa idosa não irá adquirir doenças sexualmente transmissíveis. Por isso, vale lembrar que sexo seguro se aplica ao idoso também. E com segurança é possível relaxar e ter mais prazer”, conclui.

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