Atenção à Pessoa com Lúpus: conheça mais sobre a doença autoimune e seu tratamento
A médica reumatologista, Cristiane Bernardes Medeiros Castedo: “a doença tem grande variação na quantidade e gravidade de sintomas entre os pacientes”
Dia 10 de maio foi comemorado o Dia Internacional de Atenção à Pessoa com Lúpus, data que tem como objetivo conscientizar a população sobre a importância de se conhecer os aspectos da enfermidade. Em 2021, a Federação Mundial do Lúpus quer tornar a doença visível e poder mostrar ao mundo as muitas faces do Lúpus e o impacto dele na população. Estima-se que existam aproximadamente 200 mil brasileiros com a patologia.
O Lúpus é uma doença inflamatória crônica e autoimune (quando o corpo produz anticorpos contra suas próprias células). De causa ainda desconhecida, ele acomete pessoas com predisposição genética e, às vezes, também pode ser desencadeado após fatores ambientais como exposição à luz ultravioleta e ao tomar alguns medicamentos.
A médica reumatologista do Hospital São Francisco de Mogi Guaçu/SP, Dra. Cristiane Bernardes Medeiros Castedo, explica sua manifestação bastante heterogênea. Segundo informa, “a doença tem grande variação na quantidade e gravidade de sintomas entre os pacientes, podendo afetar pele e mucosas, articulações, rins, pulmões, sistema nervoso ou outros órgãos, além de alteração no hemograma com a presença do Fator Antinúcleo (FAN) e outros auto-anticorpos.”
O diagnóstico é realizado através de critérios clínicos e laboratoriais. Os sintomas mais comuns são: rash malar, que é uma lesão avermelhada no rosto em forma de borboleta; fadiga e cansaço; dor nas articulações; queda de cabelo; aftas na boca e lesões na pele que pioram sob exposição solar.
O Lúpus atinge em sua maioria mulheres jovens, em idade fértil, mas pode ocorrer em qualquer idade, tanto em mulheres quanto em homens. O histórico familiar é um fator de risco para o seu desenvolvimento. Exposição solar, gestação, infecções, cirurgia e stress podem exacerbar quando ela está estável.
O tratamento é realizado pelo reumatologista e é composto por procedimentos não-medicamentoso e medicamentoso. O tratamento não-medicamentoso consiste em educar o paciente sobre a doença. “É importante que a pessoa com Lúpus tenha apoio psicológico quando necessário, pratique atividade física regularmente, controle do stress, evite fumar e controle de fatores de risco como: diabetes, hipertensão e dislipidemia. Deve ter também uma alimentação saudável, se proteger dos raios ultravioletas, ter cuidado com a massa óssea, garantindo níveis adequados de vitamina D e boa ingestão de cálcio na dieta”, diz a reumatologista.
Já o tratamento medicamentoso consiste em medicações imunomoduladoras e imunossupressoras, indicadas pelo reumatologista, de acordo com a gravidade e manifestação da doença. Segundo a recomendação da Sociedade Brasileira de Imunologia, manter a vacinação anual contra gripe (influenza), pneumocócica (pneumo 13 e 23), dT (difteria e tétano), HPV (Papiloma vírus), hepatite A e B e meningocócica (B e ACWY), auxilia no controle da enfermidade.