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Julho Verde, mês de conscientização câncer de cabeça e pescoço

Rio de Janeiro lidera estimativas de casos de câncer de tireoide,

Espírito Santo, de cavidade oral, e São Paulo, de laringe

Apesar dos principais fatores de risco do câncer de cabeça e pescoço serem conhecidos e potencialmente evitáveis (tabagismo, bebidas alcoólicas e infecção pelo Papilomavirus Humano – HPV), a doença segue comum, com o agravante dos casos serem descobertos em fase avançada, exigindo tratamentos mais complexos e o envolvimento de diferentes especialidades médicas.

No Julho Verde, mês de conscientização sobre esse tipo de câncer, o Grupo Brasileiro de Câncer de Cabeça e Pescoço (GBCP) abraça a causa com uma série de ações reunidas na campanha “Pessoas que Mudam Histórias”, tendo em vista a gravidade desses tumores que podem acometer a cavidade oral, como a boca, lábios, língua, gengiva, assoalho da boca e palato; os seios da face, como maxilares, frontais, etmoidais e esfenoidais; a faringe, nasofaringe, atrás da cavidade nasal, a orofaringe, onde estão a amígdala e a base da língua, a hipofaringe – porção final da faringe, bem como o início do esôfago, laringe (supraglote, glote e subglote), as glândulas salivares e a glândula tireoide.

As estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA) para cada ano do próximo triênio (2023-2025) apontam para 41 mil novos casos de câncer de cabeça e pescoço. No Brasil, os tipos mais comuns são os de cavidade oral, nos homens, e de laringe e de tireoide, nas mulheres.

Maior incidência – Na região Sudeste do país, o estado do Rio de Janeiro lidera as estimativas do INCA de câncer da tiroide, com 6,24 casos para cada 100 mil habitantes; o Espirito Santo, de cavidade oral, com 7,05 casos para cada 100 mil habitantes; e São Paulo, de câncer de laringe, com 3,32 casos para cada 100 mil habitantes.

Ao evitar os fatores de risco, especialistas alertam que cerca de 40% dos casos poderiam ser evitados. Não fumar, não consumir em excesso bebidas alcoólicas e estar vacinado contra HPV. Por sinal, desde janeiro de 2017, o Ministério da Saúde oferece a proteção de meninos contra o vírus HPV. Essa medida se soma à imunização que já ocorria desde 2014 nas meninas. As vacinas contra HPV protegem contra os dois subtipos do vírus mais associados com câncer. Os HPVs oncogênicos são também prevalentes em tumores de cabeça e pescoço, principalmente de orofaringe.

A Campanha – Alinhado a essa realidade, o Grupo Brasileiro de Câncer de Cabeça e Pescoço  (GBCP) realiza neste ano, em alusão ao Julho Verde, a campanha “Pessoas que Mudam Histórias”, chamando a atenção para o papel dos profissionais de diferentes áreas envolvidos no cuidado multidisciplinar ao paciente – além de oncologistas clínicos, cirurgiões de cabeça e pescoço e radio-oncologistas – de especialistas das áreas de Fonoaudiologia, Fisioterapia, Nutrição, Endocrinologia, Estomatologia, Enfermagem, Otorrinolaringologia, Odontologia e Psicologia. Simultaneamente, a campanha também alerta para a importância do diagnóstico precoce.

Ao longo de todo o mês de julho, a campanha do GBCP estará presente na comunicação com a imprensa, nas redes sociais, com lives e podcasts. Serão três lives em julho: a primeira foi no dia 6, com o tema “Novidades no tratamento de câncer de cabeça e Pescoço”; dia 13 será realizada a segunda, com o tema “Nova geração de profissionais da área de câncer de cabeça e pescoço – como se preparar”, às 19h, e dia 20, no mesmo horário, “Desafios no pós-tratamento do paciente com câncer de cabeça e pescoço.

A campanha também conta com kit de divulgação, incluindo as peças em diferentes formatos, disponível para download gratuito no site do GBCP.

Diagnóstico precoce –  O diagnóstico precoce do câncer de cabeça e pescoço aumenta as chances de sucesso do tratamento e contribui para diminuir sequelas, proporcionando mais qualidade de vida para o paciente. Dados sobre câncer de cavidade oral e laringe do levantamento SEER, do Instituto Nacional de Câncer dos Estados Unidos (NCI), apontam que 86,6% dos pacientes estão vivos cinco anos após o tratamento, quando o tumor era inicial, localizado apenas no órgão. Quando a doença se espalha pelos linfonodos, a taxa de sobrevida em cinco anos cai para 69,1%. Com doença à distância (metástase) a taxa é de 39,3%. Portanto, é importante estar atento a alguns sinais e sintomas, como:

  • Ferida na boca que não cicatriza (sintoma mais comum)
  • Dor na boca que não passa (também muito comum, mas em fases mais tardias)
  • Nódulo persistente ou espessamento na bochecha
  • Área avermelhada ou esbranquiçada nas gengivas, língua, amígdala ou revestimento da boca
  • Irritação na garganta ou sensação de que alguma coisa está presa ou entalada na garganta
  • Dificuldade para mastigar ou engolir
  • Dificuldade para mover a mandíbula ou a língua
  • Dormência da língua ou outra área da boca
  • Inchaço da mandíbula que faz com que a dentadura ou prótese perca o encaixe ou incomode
  • Dentes que ficam frouxos ou moles na gengiva ou dor em torno dos dentes ou mandíbula
  • Mudanças na voz
  • Nódulos ou gânglios aumentados no pescoço
  • Perda de peso
  • Mau hálito persistente

São sinais e sintomas que não necessariamente podem estar relacionados a um câncer, mas é importante consultar o médico ou o dentista, principalmente, se esses incômodos persistirem por mais de duas semanas. A confirmação do diagnóstico depende de biopsia.

Sobre o GBCP – O Grupo Brasileiro de Câncer de Cabeça e Pescoço é uma organização sem fins lucrativos, estabelecida por meio da colaboração voluntária de seus membros, profissionais da área da saúde envolvidos na jornada de cuidado do paciente com tumores de cabeça e pescoço. O GBCP é um grupo multiprofissional com a missão de influenciar todo o ciclo de cuidado do câncer de cabeça e pescoço no Brasil, atuando em quatro frentes de trabalho: comunidade geral, cuidados com pacientes e cuidadores, profissionais de saúde e pesquisa científica. Informações em https://www.gbcp.org.br/.

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