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Prevenção do câncer: em pauta no Dia Internacional da Mulher

Exames de rotina anuais assim como testes genéticos podem ajudar a descobrir de forma precoce possíveis problemas de saúde – Crédito: Photo by Tim Gouw on Unsplash

8 de março é lembrado por ser o Dia Internacional da Mulher. Nada mais justo do que aproveitar a data para colocar em pauta a saúde feminina. No que se refere ao câncer, ao longo da vida, uma a cada seis mulheres sofrerão com a doença. Esse é o cenário apontado por um estudo da Agência Internacional para a Pesquisa do Câncer (Iarc). Já de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), nas mulheres, os tumores mais comuns são de mama (29,5%), colorretal (9,4%) e colo do útero (8,1%).

Quando se fala em cuidado com a saúde da mulher, é fundamental compreender que a prevenção é o primeiro passo para uma vida mais equilibrada. Além dos exames anuais específicos para mulheres como mamografia e exames ginecológicos, isso significa também, que caso haja qualquer indicativo para a possibilidade de alteração genética, é importante descobrir de forma precoce para obter um tratamento mais eficaz.

No caso dos cânceres de mama e ovário hereditário, os genes culpados mais frequentes são o BRCA1 e BRCA2. “Ao realizar um teste genético, é possível identificar se existe uma mutação dos genes associados a estes tipos de câncer, como o BRCA1 e BRCA2. Ao verificar esta alteração e a existência do risco, pode-se estabelecer um plano de vigilância, diferente do adotado pela população normal, no qual a mulher, por exemplo, irá realizar anualmente ressonâncias magnéticas e mamografias desde idade precoce”, explica João Bosco Oliveira, médico imunologista e geneticista, sócio-fundador da Genomika Einstein, laboratório de genética clínica. Vale destacar que a detecção precoce da doença permite um tratamento menos agressivo e menor chance de morte.

Se uma mulher herda de um de seus pais uma mutação deletéria prejudicial nos genes BRCA1 e BRCA2, o risco de desenvolver tumores ao longo da vida é muito maior, cerca de 60% e 40%, para câncer de mama e ovário, respectivamente. Esse fato chama a atenção para o planejamento do aumento da família, pois se uma pessoa do casal carregar uma dessas mutações as chances de seus descendentes a herdarem é de 50%.

Em algumas situações, como no famoso caso da atriz norte-americana Angelina Jolie, a identificação do alto de risco de surgimento do câncer de mama pode auxiliar a mulher na tomada de decisão para realizar medidas como a mastectomia. De acordo com os testes realizados pela atriz, os médicos estimaram que o risco que ela possuía em desenvolver o tumor era de mais de 80% por conta de sua herança genética. Sendo assim, Angelina optou pelo procedimento que consiste em retirar os seios.

Já em relação ao câncer de colo de útero ou cervical, mesmo causado pelas persistentes infecções por subtipos oncogênitos do Papilomavírus Humano (HPV), também gera alterações genéticas. Neste caso, genes como EPCAM e MLH1 demonstram mutações prejudiciais. Aproximadamente 291 milhões de mulheres no mundo são portadoras do vírus, sendo que 32% estão infectadas pelos subtipos que geralmente estão atrelados ao câncer, aponta o Inca.

Todas essas anormalidades genéticas que prejudicam a saúde da mulher podem ser detectadas pelo Painel Ampliado de Risco Hereditário de Câncer, exame acessível que pode ser realizado em laboratórios de genética clínica. “O Painel Ampliado de Risco Hereditário do Câncer avalia 145 genes associados a diversos tipos de câncer, como mama, intestino, endométrio, entre outros. A partir dos resultados, o paciente, em conjunto com seu médico, pode planejar o melhor programa de prevenção para a doença, com dados personalizados baseados na sua constituição genética”, conclui Dr. João Bosco.

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